O vice-presidente Geraldo Alckmin criticou nesta quinta-feira (3) as novas tarifas comerciais dos Estados Unidos, anunciadas nessa quarta (2) pelo presidente Donald Trump. Na avaliação do brasileiro, as taxas são ruins para o comércio internacional, inclusive para os EUA. Alckmin informou que técnicos brasileiros vão se reunir com norte-americanos na próxima semana para discutir o assunto — o R7 apurou que o encontro ainda não tem dia definido. O vice-presidente aproveitou para reforçar que o governo brasileiro vai manter a priorização de uma saída diplomática para o caso.No novo pacote de Trump, os produtos brasileiros importados pelos EUA serão taxados em 10%. As tarifas serão diferentes para cada país. “Não é bom nem para os EUA, porque encarece os produtos, então quem for comprar vai acabar pagando mais caro”, observou Alckmin, ao chamar a ação do republicano de “decisão unilateral”.“Não é boa para o comércio, cria imprevisibilidade e insegurança, o que diminui investimentos. Mesmo o Brasil ter ficado com a menor tarifa, para os outros países foi muito pior, mas para nós foi muito ruim. O caminho que vemos é do diálogo e da negociação”, reforçou o vice-presidente, que tem comandado as conversas com os norte-americanos.Apesar da postura diplomática, Alckmin defende que é preciso proteger a economia brasileira. “Ninguém ganha numa guerra tarifária, perde o conjunto. Vamos ficar atentos a desvios de mercado, de comércio. Porque, com bloqueios em determinados países, pode desaguar no Brasil, prejudicando a indústria e o comércio local. É ficar atento, com critérios para qualquer alteração de comércio exterior”, acrescentou.Nessa quarta, depois do anúncio de Trump, o governo federal lamentou as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Em nota, o Executivo brasileiro destacou que vai manter a postura diplomática em relação ao tema, mas afirmou avaliar “todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral”. No texto, o governo do Brasil volta a citar a possibilidade de acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio) contra as tarifas do republicano. A OMC, da qual os dois países fazem parte, é um organismo multilateral responsável por regular o comércio entre os integrantes.Nessa quarta, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que autoriza o governo brasileira a reagir a possíveis sanções comerciais impostas por outros países. A proposta foi confirmada horas depois do novo tarifaço de Trump. O texto segue agora para sanção presidencial, pois o relator na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), não realizou mudanças no parecer da relatora do Senado, Tereza Cristina (PP-MS).O texto ganhou amplo apoio entre parlamentares e uniu votos entre governistas, oposição e a bancada do agronegócio. O objetivo do projeto é proteger setores estratégicos da economia nacional, como o agronegócio e a indústria, de restrições que comprometam a competitividade no mercado internacional.A proposta permite que a Camex (Câmara de Comércio Exterior) adote contramedidas contra países ou blocos econômicos que:As respostas podem incluir restrições comerciais, suspensão de concessões, medidas sobre investimentos e até limitações a direitos de propriedade intelectual. Qualquer sanção imposta deve ser proporcional ao impacto econômico causado ao Brasil.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp