Quanto mais seco, mais colorido. A frase pode não fazer sentido em várias regiões do Brasil, mas no caso do Distrito Federal, a chegada da temporada de estiagem também significa que os ipês vão começar a florir. Árvore símbolo da capital federal, a espécie consegue se adaptar aos baixos índices de umidade e altas temperaturas do Cerrado, e trazem cor em meio a uma vegetação seca e amarronzada. Sejam roxos, amarelos, brancos ou rosas, a cidade ganha uma coloração de encher os olhos.O mais conhecido - e muitas vezes, preferido para as fotografias - é o ipê-amarelo. Segundo a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital), o DF tem três espécies da árvore: o ipê-amarelo-felpudo, também conhecido como peludo, o ipê-caraíba e o ipê-de-petrópolis. Todas elas têm diferenças nas folhas e caule, além de alguma variação na coloração das folhas. Porém, elas não são as únicas a desabrocharem por aqui.As árvores fazem parte do cartão postal da cidade e são tombadas como Patrimônio Ecológico do Distrito Federal. Das 100 mil árvores que serão plantadas pela Novacap até o fim deste ano, 40 mil são ipês – desses, 20 mil amarelos e os demais.Segundo o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Silva, as árvores de floração amarela são as que se adaptam da melhor forma ao clima do Cerrado. “Eles se comportam bem, o que pode ser observado pelo crescimento e florescimento mais rápidos. Alguns [exemplares] plantados há três anos já apresentam flores”, destaca Silva.Além disso, o governo trabalha no cultivo de espécies frutíferas, como amoreiras, abacateiros e goiabeiras. “Temos o cuidado de fazer uma composição mista para a nossa floresta urbana que tanto nos enche de orgulho”, destaca Silva.As sementes são adquiridas em estados como Goiás, Tocantins e Minas Gerais. “São plantas que não apresentam nenhum tipo de praga ou patógeno”, explica o chefe do Departamento de Jardins da Novacap.