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Tenente-coronel expulso do Exército por estuprar sobrinha de 7 anos tem 73, é casado e pai

Militar perdeu salário e indenizações ao ser declarado 'indigno' para o posto; crime ocorreu durante cinco anos em Florianópolis

Brasília|Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília

Estupros foram cometidos por cerca de cinco anos
Estupros foram cometidos por cerca de cinco anos Estupros foram cometidos por cerca de cinco anos Marcelo Camargo/Agência Brasil — Arquivo

O tenente-coronel do Exército expulso do posto por estuprar a sobrinha de 7 anos por diversas vezes em Florianópolis tem 73 anos, é casado e pai de uma mulher. O perfil dele, que foi condenado pela Justiça comum e pelo STM (Superior Tribunal Militar), é o de um cidadão aparentemente pacato, sem ficha criminal, apurou o R7. Os estupros ocorreram durante cinco anos principalmente na casa de uma tia-avó da criança.

Segundo revelou à reportagem uma fonte que leu o processo, o crime só parou quando a menina se deu conta que sofria estupro e contou a alguns familiares. A condenação criminal do tenente-coronel ocorreu em 2015, e teve trânsito em julgado — isto é, quando não cabem mais recursos — em 2022. Ele foi considerado culpado pelo crime continuado de estupro de vulnerável.

Agora, o STM (Superior Tribunal Militar) decidiu expulsar do Exército e determinou a perda da patente dele. Com isso, ele perde o direito ao salário e a qualquer indenização ou remuneração das Forças Armadas. É o que prevê o artigo 119 do Estatuto dos Militares (Lei 6.880/1980) no caso da declaração de "indignidade" para atuar como oficial, como foi caso.

"O oficial que houver perdido o posto e a patente será demitido ex officio [de ofício] sem direito a qualquer remuneração ou indenização e receberá a certidão de situação militar prevista na legislação que trata do serviço militar", diz o texto da lei. Se ele permanecer casado, no entanto, a esposa poderá receber uma pensão militar.

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Processo militar

A relatoria do caso no STM foi do ministro Leonardo Puntel. Segundo o magistrado, as condutas "ofendem, indubitavelmente, o pundonor, o decoro e a ética militares, previstos no Estatuto dos Militares".

Os militares lidam com valores únicos: a vida, o patrimônio, a ordem pública e a própria soberania estatal. Todos esses preceitos exigem retidão inequívoca em seu comportamento, inclusive, em sua vida particular. A seu turno, os oficiais devem observar com ainda mais rigor esses mandados éticos, uma vez que representam modelos paradigmáticos a serem seguidos por seus subordinados.

(MINISTRO DO SUPERIOR TRIBUNAL MILIAR LEONARDO PUNTEL, NO VOTO)

Segundo o ministro, o crime tem natureza "afrontosa" e contribui negativamente para a reputação do Exército. Além disso, provoca "repercussões nocivas à hierarquia e à disciplina militares, tornando-se, por razões óbvias, difícil sua acomodação funcional em qualquer unidade de sua Força Armada, inclusive, no estabelecimento prisional em que está cumprindo pena".

O que é a declaração de indignidade

"A Declaração de indignidade para o oficialato ocorre quando um oficial é condenado à pena privativa de liberdade por um período superior a dois anos. Nesses casos, ele é submetido a uma representação proposta pelo Ministério Público Militar (MPM) e julgada no Superior Tribunal Militar, conforme determina a Constituição Federal", informa o STM, em nota.

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