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Transição quer chamar hospitais privados de referência para zerar fila do SUS

Metas são discutidas para parceria público-privada; Alckmin estima R$ 22 bilhões além do previsto no orçamento para a Saúde

Brasília|Bruna Lima e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) durante coletiva de imprensa
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) durante coletiva de imprensa

O governo de transição articula acionar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) em uma parceria público-privada para auxiliar a rede pública a zerar as filas por atendimento médico público no país. Seis instituições privadas de referência dialogam com membros do futuro governo para definir as metas. 

No domingo (4), o vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição, Geraldo Alckmin (PSB), se reuniu com representantes de uma comissão criada para apoiar a Saúde do governo eleito, no Hospital Sírio-Libanês, uma das instituições fixas no PROADI. 

"Há um compromisso do presidente Lula de zerar a fila que se formou durante a pandemia. Durante a pandemia, corretamente se priorizou a Covid-19. Então você acabou tendo filas. Então a ideia é fazer um mutirão, inclusive se precisar contratar a iniciativa privada, para poder zerar a fila de especialidades, exames e cirurgias", explicou Alckmin, após o encontro.

Também fazem parte da aliança o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital Moinhos de Vento. Outras intituições privadas de saúde podem entrar temporariamente na missão de zerar a fila do SUS. 


O PROADI-SUS existe desde 2009 e auxilia o SUS por meio de "projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde", como detalha o grupo.

Os recursos usados no programa são desembolsados pelas instituições privadas a partir do não recolhimento de determinados tributos que não recaem sobre a área.


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A reportagem apurou que as metas e os números relativos às parcerias ainda estão sendo discutidos. Somente depois serão definidos os detalhes e estabelecidas as datas para início e finalização do projeto. 

Além da perceria público-privada, Alckmin detalhou que outra medida para viabilizar mutirões e zerar a fila é o investimento num complexo industrial de saúde, com criação de empregos.


Após a reunião, o vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição afirmou que o Ministério da Saúde vai precisar de R$ 22 bilhões a mais que previsto no Orçamento de 2023. 

Precisaríamos em torno de R%24 22 bilhões a mais do que está previsto%2C porque não há recursos para o [programa] Farmácia Popular. Quem tem doença crônica precisa tomar remédio

(Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito)

O valor já havia sido citado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), membro do grupo técnico de saúde da equipe de transição. A quantia, segundo o parlamentar, significa a perda de recursos em 2023 em função do teto de gastos, norma que atrela o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior.

Na coletiva de imprensa, o vice-presidente eleito informou que o novo governo vai buscar nos primeiros 100 dias uma ampla campanha de vacinação para sensibilizar a população sobre a importância da imunização contra a Covid-19.

De acordo com Alckmin, apenas 12% das crianças de seis meses a três anos de idade estão vacinadas contra a Covid-19. "Não há nada mais triste do que perder um filho, uma filha. A vacina salva vidas. Vamos fazer uma grande campanha, um trabalho de vários ministérios, junto com a sociedade civil, artistas e lideranças, para a importância da vacina", disse.

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