Transição de Governo

Brasília Transição quer chamar hospitais privados de referência para zerar fila do SUS

Transição quer chamar hospitais privados de referência para zerar fila do SUS

Metas são discutidas para parceria público-privada; Alckmin estima R$ 22 bilhões além do previsto no orçamento para a Saúde

  • Brasília | Bruna Lima e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) durante coletiva de imprensa

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) durante coletiva de imprensa

João Risi / Reprodução 04.12.2022

O governo de transição articula acionar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) em uma parceria público-privada para auxiliar a rede pública a zerar as filas por atendimento médico público no país. Seis instituições privadas de referência dialogam com membros do futuro governo para definir as metas. 

No domingo (4), o vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição, Geraldo Alckmin (PSB), se reuniu com representantes de uma comissão criada para apoiar a Saúde do governo eleito, no Hospital Sírio-Libanês, uma das instituições fixas no PROADI. 

"Há um compromisso do presidente Lula de zerar a fila que se formou durante a pandemia. Durante a pandemia, corretamente se priorizou a Covid-19. Então você acabou tendo filas. Então a ideia é fazer um mutirão, inclusive se precisar contratar a iniciativa privada, para poder zerar a fila de especialidades, exames e cirurgias", explicou Alckmin, após o encontro.

Também fazem parte da aliança o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, A Beneficência Portuguesa de São Paulo,  Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital Moinhos de Vento. Outras intituições privadas de saúde podem entrar temporariamente na missão de zerar a fila do SUS. 

O PROADI-SUS existe desde 2009 e auxilia o SUS por meio de "projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde", como detalha o grupo.

Os recursos usados no programa são desembolsados pelas instituições privadas a partir do não recolhimento de determinados tributos que não recaem sobre a área.

A reportagem apurou que as metas e os números relativos às parcerias ainda estão sendo discutidos. Somente depois serão definidos os detalhes e estabelecidas as datas para início e finalização do projeto. 

Além da perceria público-privada, Alckmin detalhou que outra medida para viabilizar mutirões e zerar a fila é o investimento num complexo industrial de saúde, com criação de empregos.

Após a reunião, o vice-presidente eleito e coordenador da equipe de transição afirmou que o Ministério da Saúde vai precisar de R$ 22 bilhões a mais que previsto no Orçamento de 2023. 

Precisaríamos em torno de R$ 22 bilhões a mais do que está previsto, porque não há recursos para o [programa] Farmácia Popular. Quem tem doença crônica precisa tomar remédio

Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito

O valor já havia sido citado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), membro do grupo técnico de saúde da equipe de transição. A quantia, segundo o parlamentar, significa a perda de recursos em 2023 em função do teto de gastos, norma que atrela o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior.

Na coletiva de imprensa, o vice-presidente eleito informou que o novo governo vai buscar nos primeiros 100 dias uma ampla campanha de vacinação para sensibilizar a população sobre a importância da imunização contra a Covid-19.

De acordo com Alckmin, apenas 12% das crianças de seis meses a três anos de idade estão vacinadas contra a Covid-19. "Não há nada mais triste do que perder um filho, uma filha. A vacina salva vidas. Vamos fazer uma grande campanha, um trabalho de vários ministérios, junto com a sociedade civil, artistas e lideranças, para a importância da vacina", disse.

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