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R7 Brasília

‘Vamos trabalhar em parceria’, diz Tarcísio a Lula sobre proposta para acabar com palafitas em SP

Declarações foram dadas durante o lançamento do edital de concessão do túnel Santos-Guarujá

Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quinta-feira (27) que pretende trabalhar em parceria com o governo federal para desenvolver um projeto habitacional a pessoas que moram em palafitas na região litorânea do estado. A proposta, adiantada durante entrevista exclusiva à RECORD, foi levada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento de lançamento do edital de concessão do túnel Santos-Guarujá.

“O presidente [Lula] falava comigo sobre a preocupação dele com as palafitas, e disse ‘vamos trabalhar em parceria para resolver esse problema’. Eu disse: ‘presidente, conte comigo, porque nós vamos trabalhar em parceria’”.


Antes da solenidade, Lula afirmou à RECORD que iria levar a proposta “de acabar com as palafitas e trazer moradia decente” a Tarcísio no palanque. “Na verdade, a palafita é uma moradia degradante, porque o cidadão só vai morar lá quando não tem mais para onde ir. É o fim da esperança”, disse.

Edital de concessão

Lula e Tarcísio estiveram juntos durante o lançamento do edital de concessão do túnel Santos-Guarujá. A solenidade foi ocorreu no Parque Valongo, em Santos (SP). “A gente veio aqui entregar a reforma do terminal da nossa balsa, a transposição, mas faltava a cereja do bolo, aquilo que é mais importante: o túnel Santos-Guarujá”, comemorou o governador. “Há quem diga que a primeira vez que se falou nesse túnel, foi em 1924, 101 anos atrás, para que hoje, a gente publicasse o edital”, acrescentou.


Tarcísio aproveitou para agradecer a Lula. “Desde o início, a gente teve conversas sobre o túnel. O senhor colocou o túnel como prioridade”, afirmou. “Me lembro que o senhor falou: Não está na hora de ter disputa política, temos que atender o cidadão. E é o que estamos fazendo no dia de hoje, atendendo o cidadão,” concluiu.

A oficialização do processo licitatório foi publicada pelo governo paulista em 21 de fevereiro. O leilão está marcado para 1º de agosto.



O projeto do túnel integra o Programa de Parcerias de Investimentos de São Paulo e é uma parceria com o governo federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos.

Aguardado há décadas, a medida tem valor estimado em R$ 6 bilhões e, segundo o estado de São Paulo, vai garantir “mais mobilidade e eficiência logística” na Baixada Santista.


A obra será a primeira submersa do país, com 1,5 km de extensão, sendo 870 metros imersos. A estrutura vai contar com três faixas de rolamento por sentido, além de acessos para pedestres e ciclistas.

“A concessão terá prazo de 30 anos, incluindo a construção, operação e manutenção do sistema. A concessionária será remunerada por meio de tarifa de pedágio, contraprestação pública, aporte público e receitas acessórias. O critério de julgamento da licitação será o maior desconto sobre a contraprestação pública máxima, garantindo maior eficiência e benefício à população”, diz o governo paulista.

Projeto centenário

A ligação seca entre Santos e Guarujá é discutida há quase um século. Em 1927, foram apresentados os primeiros estudos para a construção de um túnel escavado para a passagem do bonde elétrico. Em 1948, o governador do estado propôs a construção de uma ponte levadiça que permitiria a passagem dos navios.

Anos depois, em 1970, a proposta foi de ponte com acesso helicoidal, mantendo-se o gabarito para a passagem dos navios. Em 2011, o governo decidiu pelo túnel submerso, apresentando os projetos e o estudo ambiental para abrir a licitação, mas o processo foi cancelado em janeiro de 2015. E, agora, a obra vai sair do papel.

O túnel Santos-Guarujá deve reduzir os custos da produção nacional para o mercado interno e elevar a competitividade do Brasil no exterior. Com a obra, o tempo de trajeto entre as duas cidades pode cair de uma hora para menos de cinco minutos. Atualmente, cerca de 21 mil veículos atravessam diariamente as duas alças, seja com barcos ou balsas, além de 15 mil ciclistas e pedestres.

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