O presidente Lula (PT) em agenda no Planalto
Ricardo Stuckert - 10.4.2023O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (10) ver com preocupação a possibilidade de extradição do jornalista australiano Julian Assange. O fundador do WikiLeaks enfrenta diversas acusações sob a Lei de Espionagem dos Estados Unidos.
"Assange fez um importante trabalho de denúncias de ações ilegítimas de um Estado contra outro. Sua prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nós mobilizemos em sua defesa", escreveu o petista nas redes sociais.
Em 2022, o governo britânico confirmou que Assange seria extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de ter divulgado mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas americanas, especialmente no Iraque e no Afeganistão. O jornalista entrou com recursos para impedir a medida, mas não obteve sucesso.
Assange está detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, perto de Londres, desde que foi preso de surpresa em abril de 2019 dentro da embaixada equatoriana na capital da Inglaterra, depois que o então presidente Lenín Moreno retirou o asilo concedido por seu antecessor, Rafael Correa.
O caso de Assange tornou-se uma causa para os defensores da liberdade de expressão, para quem o WikiLeaks tem os mesmos direitos que outras mídias de publicar material secreto, se for de interesse público. Associações antiguerra divulgaram uma declaração pedindo a libertação imediata do australiano.
Mas o governo dos EUA, que o indiciou por 18 acusações, incluindo espionagem, diz que Assange não é um jornalista, mas um hacker e que a divulgação de documentos não editados coloca em perigo a vida de seus informantes. Se extraditado, ele pode ser condenado a um máximo de 175 anos, embora a sentença exata seja difícil de calcular.