Recém-chegada ao Brasil, a Nissan Frontier 2017 é mais uma daquelas picapes que prometem acabar com o dilema entre seu uso no campo e na cidade. De São Paulo até Tuiuti, aproximadamente 110 quilômetros de distância, o R7 pôde testar o equilíbrio entre robustez e suavidade da completa versão LE 4x4, com motor 2.3 16V biturbo diesel, no valor de R$ 166.700. Se sobrou força na terra, uma ultrapassagem no asfalto entrega que ainda não se trata de um veículo de passeio. Logo ao sair da concessionária em São Paulo, foi preciso abaixar o volume da moderna central multimídia — que segue a tendência de um smartphone dentro do carro, com 2GB de memória interna e tela touch 6,2 polegadas — para ouvir o barulho característico dos motores diesel. A primeira boa surpresa foi o ruído mínimo na cabine, dado o excelente isolamento acústico. Faróis de LED com DRLs acesos, bancos e espelhos eletricamente ajustados, saímos para encarar o trânsito da capital paulista. O conforto do câmbio automático de 7 velocidades passou a ser fundamental no "anda e para" da cidade. Uma relação mais curta das marchas mais baixas privilegiou maior economia de combustível. Segundo o Inmetro, a nova Frontier entrega 8,9 km/l de diesel na cidade e 10,1 km/l na estrada. E é exatamente na rodovia que a ideia de sedan médio foi por água abaixo, apesar dos 190 cv de potência e os 45,9 kgfm de torque a 2.500 rpm. Empurrar quase 2 toneladas não é para quem quer só andar mais alto que os demais. Mas é justamente na terra que picapes, independentemente dos modelos, se sentem em casa, mesmo com tantos apetrechos da vida urbana. Nos exercícios off-road oferecidos pela montadora, foi possível testar os ótimos ângulos de ataque e saída, sobretudo, da inovação na suspensão traseira. Talvez aí esteja o grande trunfo da Nissan. A suspensão multilink (com molas helicoidais) não só evitou solavancos desagradáveis dos ocupantes, como também proporcionou maior estabilidade ao simular as tarefas típicas de um fazendeiro. Isso também sem ranger cada parafuso ou passar a sensação de despedida da traseira nas curvas pelas estradas. O chassi, que será base para outras importantes caminhonetes ainda a serem lançadas, está quatro vezes mais forte e até 44 kg mais leve de acordo com a marca japonesa. O carro ainda é produzido no México, mas será produzido na Argentina a partir do ano que vem. De nada adiantaria tanta robustez e visual agradável, se não entendesse as reais necessidades do picapeiro, a começar por uma simples câmera de ré que não fosse inviabilizada pela poeira. Por isso, a inteligência do carro impressionou com assistente de subida e de descida, controles de estabilidade e de tração, muito utilizado em rampas. Para se ter noção da real capacidade da picape, em um barranco enlameado, mesmo com o capô apontando para o céu, o motorista tem 3s para tirar o pé do freio e retomar a aceleração tranquilamente, sem sustos. Se considerada as rivais top de linha, que são consideravelmente mais caras, esta é uma vantagem significativa para o uso em sítios e fazendas. Para atender um mercado também muito exigente no visual, a Frontier adotou a grade dos demais carros da Nissan. Detalhes cromados estão por toda parte e a identidade com contornos da letra V dá a imponência musculosa que se espera em uma picape. Por dentro, ar-condicionado digital de duas zonas, com ajustes diferentes para motorista e passageiro, bancos de couro, abertura das portas e partida sem a necessidade da chave são alguns ingredientes que a deixam mais atrativa frente às rivais. No painel, o motorista pode navegar entre nove telas, que trazem informações do computador de bordo, configurações do sistema de áudio e detalhes sobre economia de combustível.Veja a Record na internet pelo R7 Play