Teste: com suspensão robusta e mais conforto, Fiat Palio Fire Way vai além do traje aventureiro
Versão agrega atributos que faltavam ao hatch, especialmente sobre o asfalto castigado
Carros|Diogo de Oliveira, do R7
Nada como a marcha do tempo para nos revelar surpresas. Vejam só a situação do Fiat Palio: nascido em meados dos anos 90 para ser ícone entre os novos compactos nacionais, o hatch vive agora, em 2014, seu apogeu comercial — pode fechar o ano como líder geral de vendas, à frente do Volkswagen Gol. E parte essencial deste sucesso é responsabilidade da velha versão Fire, (re)lançada em janeiro para a suceder o Mille, com preço incial inferior a R$ 25 mil.
Mas não bastasse o Palio Fire e o novo Palio somados, a Fiat criou o Palio Fire Way, com temática aventureira a partir de R$ 28.110. Inédita no Palio nascido em 1996, esta configuração com visual "off-road" obviamente não é 4X4 nem tem tração traseira. Tampouco está credenciada a aventuras fora-de-estrada, com seu modesto motor 1.0 8V flex de até 75 cv e o câmbio manual de cinco marchas. Sua missão é entregar baixo consumo e conforto em uma embalagem jovial.
Inédita no Palio antigo, a versão aventureira Fire Way estreou em maio com a missão de engordar as vendas do hatch e torná-lo o carro mais vendido do País, à frente do Volkswagen Gol, líder absoluto há 27 anos. A fórmula é a mesma do antecessor Mille W...
Inédita no Palio antigo, a versão aventureira Fire Way estreou em maio com a missão de engordar as vendas do hatch e torná-lo o carro mais vendido do País, à frente do Volkswagen Gol, líder absoluto há 27 anos. A fórmula é a mesma do antecessor Mille Way, que saiu de linha no fim de 2013 por não oferecer air bags frontais e sistema ABS para os freios — obrigatórios desde janeiro deste ano. Modesto, o modelo foi simplificado para suceder o Mille, mas tem suas virtudes, conforme mostram as imagens a seguir
Nos centenas de quilômetros percorridos ao volante do Palio Fire Way, a maior surpresa foi justamente o comportamento da suspensão. O 1,5 centímetro a mais de altura em relação ao conjunto de molas e amortecedores do Fire comum entrega uma robustez inesperada, especialmente quando se trafega por ruas castigadas ou estradas de terra. Ao mesmo tempo, o equilíbrio dinâmico se mostrou adequado — o hatch não "amoleceu".
Evidentemente, quanto mais alta é a carroceria, maior é sua inclinação em curvas. No caso do Palio Way, não há como negar: o chassi inclina bem nas curvas mais fechadas. Mas é importante lembrar que a idade pesa contra o velho Palio. Além de possuir projeto antigo, o modelo não dispõe de tecnologias modernas, o que resulta em um conjunto realmente básico, destinado a frotistas e àqueles consumidores que demandam um carro barato.
Novo painel e conteúdo evidenciam simplicidade
Se por um lado a suspensão elevada torna o Palio Fire Way mais "gostoso de dirigir", por outro a reestilização deixou seu interior ainda mais simples. O novo painel abusa do plástico duro sem oferecer estilo, com peças de superfícies lisas que transmitem certa "pobreza". Teria sido muito melhor se a Fiat mantivesse o painel antigo — será que era mesmo necessário empobrecer o interior para tornar o Palio Fire mais acessível?
Outro aspecto decepcionante no hatch aventureiro é a relação custo/benefício, que só não recebeu nota menor em nossa avaliação porque o modelo é o mais barato do gênero no País. A versão testada por R7 Carros dispunha de todos os opcionais disponíveis, atingindo R$ 35.045, valor que coloca o Palio Fire Way na briga com adversários muito mais modernos — entre eles o novo Ford Ka, que parte de 35.390 e é bem maior e mais sofisticado.
Confira a análise completa do aventureiro Fiat Palio Fire Way:
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