O ano passado (2014) foi desastroso para a indústria automotiva. Após a bonança da última década, as vendas de carros tiveram sua maior queda em 12 anos — resultado que surpreendeu até os mais céticos. Em meio à recessão, poucas marcas tiveram o que celebrar. Uma delas foi a Subaru, cujo aumento de 53% nas vendas foi alavancado pelo Forester, que praticamente triplicou os emplacamentos em 2014. Lançado em 1997, o SUV chegou à 4ª geração no Brasil no fim de 2013. Por fora, o visual "quadradão" divide opiniões. Alguns acham careta demais, outros robusto como um utilitário deve ser. A cabine é ampla e arejada, com espaço abundante na frente e atrás, onde três adultos viajam com conforto. Já o porta-malas leva 505 litros, ampliados a 1.541 com os bancos reclinados. Conceito — ou melhor, defeito — de grande por fora e pequeno por dentro? Fora de cogitação. O painel de instrumentos tem estilo conservador, bom acabamento e comandos a mão do motorista — os toques de esportividade aparecem nas pedaleiras em alumínio, partida do motor por botão e volante multifuncional com trocas de marcha manuais. Bem equipado, o carro traz ainda bancos em couro (elétrico para o motorista), faróis de xenônio, ar-condicionado digital de duas zonas, câmera de ré, controle de cruzeiro e faróis com assentimento automático entre os principais itens. Faltou apenas uma central multimídia com tela sensível ao toque para modernizar o ambiente.Samurai de botas O Forester não agrega tanto valor à garagem quanto um germânico de grife, e nem precisa: sua ostentação surge na hora de acelerar. O motor boxer 2.0 turbo de 240 cavalos de potência e fortes 35,7 kgfm de torque trabalha com um câmbio CVT de oito marchas e redefine o conceito de diversão num veículo familiar. São três modos de condução: Intelligent, Sports e Sports Sharp. O primeiro foca no conforto e no menor consumo de combustível, com trocas de marcha em giros baixos. Nas opções esportivas, o carro fica mais empolgante. Afundar o pedal do acelerador significa disparar no meio do trânsito como um velocista dando o sprint final. A partir daí, a direção fica mais direta e as trocas são feitas de forma rápida e precisa, sempre em altas rotações. Apesar das dimensões generosas, o modelo é fácil de guiar na cidade e se mostrou bastante estável — embora perca um pouco de aderência nas curvas mais fechadas — graças ao baixo centro de gravidade do motor e ao sistema de tração permanente nas quatro rodas, que o gabaritam para enfrentar aquela trilha no fim de semana. Em relação à segurança, o modelo traz air bags dianteiros, laterais e de cortina, assistente de partida em rampas, controles eletrônicos de estabilidade e tração e distribuição eletrônica de frenagem, o que o levaram a ganhar nota máxima nos testes de colisão do Instituto de Segurança dos Estados Unidos (IIHS). Um ponto a ser melhorado no carro é o consumo. Em nossos testes, ele marcou 7,6 km/h na cidade, com ar ligado. Outras ressalvas são os custos de peças e manutenção, além da limitada rede de concessionárias no País. No balanço geral, o modelo se destaca pelo custo benefício. Potente, robusto, seguro, espaçoso e bem equipado: não é difícil entender por que este samurai de botas está atraindo cada vez mais compradores. Leia mais notícias de Carros