Advogados suspeitos de negociar decisões judiciais têm R$ 37 milhões em bens bloqueados
Os investigados poderão responder por crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de capitais
Cidades|Beatriz Oliveira*, do R7, em Brasília
Advogados suspeitos de estarem envolvidos com negociações de decisões judiciais de um desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia tiveram cerca de R$ 37 milhões em bens bloqueados pela justiça. A decisão foi tomada após uma ação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que começou na terça-feira (27). Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra um dos investigados.
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Os advogados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de capitais, caso a investigação comprove o envolvimento dos suspeitos. A determinação da justiça se formou a partir do andamento da Operação Patronos da PF, que passou pelas fases V e VI nesta semana.
A Operação Patronos faz parte da Operação Faroeste, que está em andamento desde 2023. Segundo a PF, em novembro do ano passado, mais de 200 federais cumpriram quatro mandados de prisão temporária e 40 mandados de busca e apreensão em tribunais, escritórios e outros locais relacionados aos investigados na Bahia e em Brasília. Além disso, quatro desembargadores e dois juízes de Direito foram afastados por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Em 23 de novembro do ano passado, o desdobramento de uma das fases da Faroeste resultou na prisão temporária de um dos juízes de Direito do Tribunal de Justiça da Bahia por meio de mandado expedido pelo STJ.
Durante as outras fases da operação, a PF cumpriu diversos mandados de busca e apreensão e avançou nas investigações. A pasta segue com a apuração para desmontar o possível esquema de venda e compra de decisões por membros da Justiça na Bahia.
*Sob supervisão de Bruna Lima