Incêndio Museu Nacional

Correio do Povo Especialista compara perda do fóssil "Luzia" com destruição da Mona Lisa

Especialista compara perda do fóssil "Luzia" com destruição da Mona Lisa

Fóssil era um considerado um ícone da pré-história do país

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'Luzia' foi encontrada na década de 80, em Minas Gerais Crédito: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo / CP

'Luzia' foi encontrada na década de 80, em Minas Gerais Crédito: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo / CP

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Um dos principais itens do acervo do Museu Nacional no Rio de Janeiro, que pegou fogo na noite de domingo, era o esqueleto batizado de "Luzia", com data aproximada de 10 mil a.C. “Isso é como se você fosse a Berlim e destruísse o busto de Nefertiti, como se fosse no Louvre e destruísse a Mona Lisa, é o equivalente para a ciência brasileira. É um dia difícil para a ciência brasileira”, contou a Coordenadora Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos da USP (Universidade de São Paulo) e docente da instituição, Mercedes Okumura, em entrevista ao R7.  Os fósseis foram encontrados nos anos 1970, no sítio de Lapa Vermelha, na cidade de Lagoa Santa, em Minas Gerais. A missão franco-brasileira não imaginava, mas aquele achado seria considerado como a primeira ocupação humana no Brasil. Trabalhos científicos mais aprofundados, que se iniciaram na década de 1980, mostraram que a morfologia do crânio, isto é, a classificação de forma e tamanho, era muito diferente dos exemplares asiáticos e dos nativos indígenas atuais. • Falha em hidrantes colaborou para que fogo se alastrasse, dizem Bombeiros A professora, que era docente de arquivologia da UFRJ e trabalhava nas dependências do Museu Nacional até junho deste ano, destacou que as pesquisas relacionadas a Luzia colocaram o Brasil no cenário cientifico do povoamento das Américas. “Não tem preço, não tem reposição. A Luzia se tornou um ícone da nossa pré-história”, explicou Okumura. Não tem nem o que dizer, é o fóssil mais antigo das Américas”, concluiu a docente.

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