Segundo estimativas da Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), devem ser realizados 28 leilões de água e esgoto no Brasil entre 2022 e 2023, com a possibilidade de investimentos contratados de R$ 24,5 bilhões. A projeção faz parte da publicação “Panorama da iniciativa privada no saneamento 2022”, realizada pela entidade, que representa as concessionárias do setor.Até o primeiro trimestre de 2022, foram realizados 16 leilões de saneamento no Brasil, com R$ 46,7 bilhões de investimentos previstos contratados e 20 milhões de indivíduos beneficiados, de acordo com a Abcon. Para Francisco Alpendre, especialista em concessões e PPPs (Parcerias Público Privadas), o alto número de leilões previstos para este ano mostra o amadurecimento do novo marco do saneamento junto aos municípios, que estão se preparando adequadamente para “o agressivo cumprimento de metas previstas em lei”.O novo Marco Legal do Saneamento foi sancionado em julho de 2020, por meio da Lei nº 14.026/2020, e pretende alcançar a universalização dos serviços até 2033, garantindo que 99% da população tenha acesso à água potável e que o tratamento e a coleta de esgoto alcancem 90% dos brasileiros.Na visão de Alpendre, o número crescente de leilões tem um impacto positivo para o setor no país. “As licitações passam a ser obrigatórias desde a edição do novo marco. Esse cenário reflete isso”, complementa o especialista, que é consultor, palestrante e autor no segmento de PPPs e Concessões. Desde a aprovação do marco, as operadoras privadas já são responsáveis por entregar serviços de água e esgotamento sanitário a 46,1 milhões de cidadãos, como revela o anuário da Abcon. Trata-se de um alta de 45% em comparação ao ano precedente, quando essas empresas atendiam 31,6 milhões de pessoas. Os leilões de concessões de saneamento já chegaram a diversos estados do país, como Alagoas, Amapá, Ceará, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.As concessões privadas, que estavam presentes em menos de 6% dos municípios em 2020, hoje chegam a 509 cidades, o que corresponde a 9% do total, conforme publicado pela InfoMoney. O saneamento básico foi o setor com o maior valor contratado em processos licitatórios nesse ínterim, com 26,7% dos investimentos contratados nos leilões que ocorreram entre 2019 e 2021.No primeiro semestre do ano passado, 33% dos investimentos em saneamento eram da iniciativa privada, conforme levantamento da Abcon realizado em parceria com o Sindicom (Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto).A análise também mostra que serão necessários R$ 753 bilhões em investimento até 2033, o que pode garantir a expansão das redes de água e esgotamento sanitário, além de cobrir a depreciação. Deste total, R$ 255 bilhões dizem respeito à recuperação da depreciação das redes e ativos existentes.Para mais informações, basta acessar: https://franciscoalpendre.com.br/