O professor de matemática acusado de cometer assédio sexual contra alunas da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, na Serra, foi afastado do cargo e agora a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), investiga as denúncias feitas contra ele.O professor, de 38 anos, trabalha há 10 anos na unidade de ensino. Na quarta-feira (26), as vítimas apresentaram a denúncia na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). As adolescentes, ambas com 17 anos, contaram que o professor fazia elogios com teor sexual e chegou a passar a mão na perna de uma delas. Uma carta escrita por alunas do colégio viralizou nos últimos dias. Nela há relatos dos supostos assédios e de conversas íntimas envolvendo as alunas.As vítimas também alegam que, após relatar à direção da escola sobre o ocorrido, o assunto não teria sido levado a sério. Após a repercussão na internet, a mãe de uma delas foi chamada a comparecer na unidade de ensino, onde participou de uma reunião com os envolvidos e a coordenação.No encontro, o professor assumiu que teria dito algo para as alunas, mas que elas teriam interpretado de forma equivocada. O teor das falas do professor, no entanto, não foram registrados em ata. A pedido da Ales, a mãe voltou à escola para buscar a ata da reunião, mas não foi atendida pelos responsáveis. Ela alega, inclusive, que a Guarda Municipal foi acionada para retirá-la do local.Na próxima semana, uma nova reunião deve acontecer na terça-feira (2), no plenário da Ales. Serão chamados para depoimento a diretora da unidade, o professor envolvido e o superintendente regional da Secretaria de Educação (Sedu).A escola fica localizada no bairro Serra Sede. Após as denúncias, a polícia informou que uma equipe da DPCA foi até a instituição para apurar o caso. A investigação está andamento, e por enquanto, novas informações não serão divulgadas, para não atrapalhar o rumo da apuração. O caso Em uma rede social, usuários utilizaram a hashtag #SuaAlunaNãoÉUmaNovinha para manifestar repúdio à atitude do professor e aos abusos sexuais sofridos por estudantes durante a atividade escolar. Outros casos de abuso sofridos dentro da escola foram relatados por internautas que se indignaram com a história.Cartazes também foram colados em paredes da unidade de ensino. Neles, as alunas incentivam que outras colegas se manifestem.A Secretaria Estadual de Educação (Sedu) informou em nota estar apurando as informações com as alunas, com os responsáveis delas e com os profissionais citados. De acordo com a nota, caso seja comprovado algum comportamento inadequado, medidas cabíveis serão adotadas. Nota na íntegra: A Superintendência Regional (SRE) de Carapina esclarece que assim que a Direção da Escola tomou conhecimento da situação pela rede social, conversou com as alunas e seus responsáveis e que já está dialogando também com os profissionais citados, no intuito de apurar o suposto assédio. A Secretaria Estadual de Educação (SEDU) enfatiza que não compactua com este tipo de conduta, por isso que está apurando o fato e que, se for comprovada algum comportamento inadequado de servidor, as medidas cabíveis serão adotadas. A SRE informa, ainda, que em momento nenhum exigiu a retirada das posts.