Rede privada não deve ter vacina contra coronavírus em 2021
Além de restrição imposta pela Anvisa, produção mundial de imunizantes está toda voltada a governos nesta primeira fase
Folha Vitória|Do R7
Aos interessados em pagar para receber a vacina contra o coronavírus na rede privada irão ter que espera um pouco mais. O presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), considera "remota" a chance de haver vacinação disponível no setor em 2021.
Segundo ele, dois motivos complicam o acesso ao do mercado privado às vacinas contra covid-19 neste primeiro momento. Um deles é a questão normativa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que deve conceder apenas autorização de uso emergencial para os primeiros imunizantes disponíveis.
Esta modalidade não permite a comercialização dos produtos porque a agência ainda entende que os estudos não estão concluídos e trata as vacinas como "experimentais".
"A Anvisa não está errada, quando você vai vender um produto, ele tem que ter passado por todos os processos de segurança. Essa vacina em um processo emergencial, significa que não deu tempo para se testar todas as garantias. Como você vai comercializar algo que pode ter alguma intercorrência? A gente acha muito difícil que tenha, mas é acertado que você não coloque para comercializar antes de passar pelo processo normal de registro", avalia.
Ainda que fosse possível negociar com a agência uma flexibilização da norma para que o setor privado também tenha possibilidade de aumentar a cobertura vacinal, não há doses disponíveis, pois os laboratórios estão focados em pedidos governamentais, diz Barbosa.
"O grande problema é que não tem imunizante neste momento. A indústria está produzindo em alta escala e vai, neste primeiro momento, direcionar para o mundo tudo, para esse público prioritário, o que achamos correto."
A rede privada poderia ter um papel de apoio no aumento da cobertura vacinal, na avaliação do presidente da entidade. Ele ressalta que, no caso da imunização contra a gripe, o SUS vacina anualmente cerca de 70 milhões de pessoas e as clínicas particulares, em torno de 7 milhões.
"A capacidade de atendimento é enorme. A gente espera atender pelo menos uma fatia grande da população porque não está nos grupos prioritários", ressalta Barbosa, ao dizer que a entidade trabalha para ter "uma esperança" a partir do segundo semestre do ano que vem.
Com informações do portal R7