O juiz Paulo Torres Pereira da Silva, assassinado na noite desta quinta-feira (19) em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, foi atingido com um disparo na nuca e não teve nenhum bem roubado na ocorrência. As informações foram divulgadas pela polícia pernambucana, que investiga o caso e diz não descartar nenhuma hipótese de motivação para o crime. Segundo a polícia, parentes confirmaram que o magistrado tinha o hábito de se deslocar de sua casa, no bairro de Candeias, em Jaboatão, até a localidade conhecida como praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, município vizinho, para caminhar.• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Por isso, a suspeita é de que ele estivesse voltando de uma dessas caminhadas quando foi abordado pelos criminosos, a pouco menos de 300 metros de distância de sua residência, na qual morava com a esposa e os filhos. Ainda segundo a família, o veículo não era blindado, e Paulo Torres costumava trafegar com os vidros abertos. "Logo quando chegamos ao local, verificamos que havia um veículo colidido com um muro e identificamos a presença de um homem morto, com uma única marca de disparo na cabeça, localizada atrás da orelha esquerda. Providenciamos o isolamento do local, acionamos a perícia e buscamos por câmeras de segurança nos arredores", explicou a delegada Euricélia Nogueira, da Força-Tarefa de Homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). De acordo com a família, o juiz não portava documentos físicos no momento do crime, já que utilizava uma versão digital de sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação). No carro, foram encontrados o celular da vítima, uma toalha e uma garrafa de água. A partir de relatos de testemunhas, a Polícia Civil obteve a informação de que quatro pessoas teriam abordado o magistrado. "Ouvimos testemunhas e coletamos algumas imagens de câmeras de segurança localizadas no entorno do local. Há relatos de que os criminosos estavam usando máscaras cirúrgicas, mas isso ainda não foi confirmado. A dinâmica completa do crime ainda não foi esclarecida, mas estamos trabalhando para que isso aconteça o mais breve possível. Todas as imagens do local estão sendo coletadas para análise", concluiu a delegada. Em um comunicado, o TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) lamentou profundamente a morte do juiz e anunciou que está colaborando com as autoridades policiais para esclarecer rapidamente o crime e responsabilizar os culpados. O MPPE (Ministério Público de Pernambuco) também manifestou seu apoio às autoridades na busca por justiça e solidarizou-se com a família e amigos do magistrado. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, emitiu uma declaração de pesar e afirmou que o CNJ está acompanhando os desdobramentos do caso para garantir que a justiça seja feita. A instituição expressou sua solidariedade à família e aos amigos do juiz.