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Médica explica como identificar doença de Alzheimer

Doença degenerativa do sistema nervoso, o Alzheimer afeta mais de 1,2 milhões de brasileiros, segundo estimativas. A perda da memória é um dos sintomas mais comuns, principalmente no início da doença, mas é preciso ficar atento para sinais como mudanças de humor e de comportamento, e dificuldade para realizar tarefas simples as quais o idoso […]

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Portal Correio
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Doença degenerativa do sistema nervoso, o Alzheimer afeta mais de 1,2 milhões de brasileiros, segundo estimativas. A perda da memória é um dos sintomas mais comuns, principalmente no início da doença, mas é preciso ficar atento para sinais como mudanças de humor e de comportamento, e dificuldade para realizar tarefas simples as quais o idoso costumava fazer no cotidiano.

A geriatra Ana Laura Medeiros, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), em João Pessoa, chama a atenção para indícios que podem indicar o surgimento do Alzheimer e explica que na fase inicial da doença é mais frequente que o idoso apresente perda na memória relacionada a fatos recentes, como acontecimentos do dia ou da semana anterior.

“O quadro se inicia com esquecimentos de fatos do dia a dia, como confusão com datas de compromissos e organização financeira doméstica, como pagamento de contas”, cita.

A especialista alerta que, com a progressão do Alzheimer, o esquecimento fica mais perceptível e passa a englobar fatos da história do paciente, como registros de eventos da juventude e daquilo que forma a sua vida. À medida em que a doença avança, as pessoas acometidas vão apresentando dificuldades para a solução de problemas, planejamento de atividades e até mesmo quanto à linguagem.

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Com o agravamento do quadro, o paciente também pode apresentar desorientação espacial, com episódios de perder-se ao sair de casa sozinho ou não reconhecimento de locais antes conhecidos, além de dificuldades motoras, como realizar trabalhos manuais.

“Essas perdas cognitivas causarão dificuldade progressiva na independência do idoso, que se tornará cada vez mais dependente. Inicialmente, necessitam de auxílio para tarefas mais complexas; mas, com a progressão da doença, precisarão de auxílio de terceiros (familiares ou cuidadores formais) até para as tarefas mais simples do dia a dia, como autocuidado”, explica Ana Laura.

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Diante de suspeita da doença, é fundamental procurar um especialista para investigação clínica dos sintomas, com base na história do paciente e avaliação global do idoso. O médico pode solicitar também exames laboratoriais e de imagens, como tomografia e ressonância magnética do cérebro, que servem para ampliar a análise e possibilitar um diagnóstico mais assertivo sobre o quadro demencial.

Apesar de ser uma doença incurável, existem remédios que visam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Bons hábitos de vida, como adoção de uma dieta nutricional equilibrada e prática de exercícios físicos, são fundamentais para retardar o surgimento dos sintomas do Alzheimer. A prevenção é baseada em estímulos.

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“Adotar, no dia-a-dia, atividades de interação, de socialização, e com estímulos cognitivos protege, de certa forma, o cérebro das doenças neurodegenerativas e mesmo que a gente não consiga eliminar o aparecimento da doença, esses hábitos conseguem postergar o início dos sintomas”, acrescenta a médica Ana Laura Medeiros.

Prevalência da doença

O Alzheimer é a mais prevalente das demências e afeta comumente idosos com mais de 65 anos de idade. À medida em que a pessoa envelhece, aumenta a prevalência da doença. Segundo dados do Instituto Alzheimer Brasil, no mundo estima-se que existam mais de 45 milhões de pessoas vivendo com demência.

O Alzheimer é uma doença cerebral que causa a diminuição progressiva da capacidade cognitiva, alterações de comportamento e perda da funcionalidade. Existem fatores genéticos relacionados à patologia, porém o estabelecimento da doença está relacionado a fatores ambientais também, segundo especialistas.

Mutações nos genes que codificam para a proteína apolipoproteína E estão associadas com o surgimento da doença. “Nós temos um gene denominado apolipoproteína – Apoe4, que tem uma relação com o Alzheimer. Na classificação da doença, existe também o Alzheimer familiar, que é o menos comum (até 15% dos casos) mas também tem um forte componente genético”, explicou a geriatra Ana Laura Medeiros.

A possibilidade de uma pessoa desenvolver a doença aumenta com a idade e alguns fatores podem desencadear ou acelerar o processo como a presença de doenças vasculares cerebrais, a exemplo de isquemias, derrames, hipertensão diabetes, mas também o uso de álcool, fumo e outras drogas.

Ambulatório da Memória trata Alzheimer em JP

O Hospital Universitário Lauro Wanderley possui um serviço voltado para atendimento a pessoas com transtornos neurocognitivos e que disponibiliza tratamento gratuito incluindo diagnóstico e monitoramento da doença de Alzheimer e de outras demências. Para ter acesso ao serviço, é necessário encaminhamento, ou seja, os pacientes são regulados por meio da Secretaria de Saúde de João Pessoa.

O Ambulatório da Memória é voltado não apenas para pacientes com Alzheimer, mas também com outros tipos de demência. Uma equipe de especialistas como geriatras, psiquiatra e neurologista se dividem na atenção para acompanhamento clínico desse público.

Atualmente, cerca de 380 pacientes estão sendo acompanhados apenas na especialidade de geriatria no Ambulatório da Memória. “A depender da necessidade de cada paciente, nós fazemos o encaminhamento para as demais especialidades médicas, como psiquiatria e neurologia”, explicou Ana Laura Medeiros.

O acompanhamento no ambulatório da memória é multiprofissional e interdisciplinar, contando com terapia ocupacional, enfermagem e nutrição. “Além do acompanhamento médico para controle de sintomas com tratamento farmacológico, ainda temos o suporte da residência multiprofissional, para o qual orientamos o tratamento não-medicamentoso com fisioterapia, fonoterapia e psicologia”, informou.

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