Pelo menos quatro pessoas que morreram durante os ataques em Fortaleza, na noite da última sexta-feira (9), tinham ligação com a Leões da TUF (Torcida Uniformizada do Fortaleza), segundo a SSPDS-CE (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará). De acordo com a pasta, dos três ataques que deixaram sete mortos, dois foram contra grupos de torcedores organizados. As vítimas, conforme investigação policial, participavam de um festa que acontecia na sede da Leões da TUF. A reportagem apurou que a comemoração aconteceu após uma reunião entre mulheres da torcida organizada, promovida pela diretoria do grupo para ouvir as integrantes um dia depois do Dia Internacional da Mulher. No ataque, um grupo de torcedores foi baleado em frente à sede da torcida, na Vila Demétrio. O torcedor Carlos Victor Meneses Barros, 23 anos, morreu no local. Na fuga, os autores do crime teriam atacado outro grupo de membros da TUF. Pedro Braga Barroso Neto, 22 anos, morreu na hora e os torcedores Emilson Bandeira de Melo Júnior, 27 anos, e Adenilton da Silva Ferreira, 24 anos, chegaram a ser socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. A Torcida Cearamor, principal organizada do Ceará e maior rival da Leões da TUF, usou as redes sociais para lamentar o caso e dizer que o grupo não está envolvido no crime. "Esperamos que a mídia não venha querer aproveitar-se do episódio e criar matéria para vender jornal e insinuar que o episódio está relacionado a briga entre torcidas organizadas", afirmou a torcida do Ceará. Na nota, a Cearamor ainda se mostra solidária às famílias dos rivais e diz que "as autoridades assistem essas mortes com naturalidade, transformando-se em rotina em nossa cidade". A Polícia Civil segue apurando se há ligação entre os ataques e se a motivação teria sido o fato das vítimas serem de torcida organizada. Segundo a SSPDS, as polícias Militar e Civil estão em diligências à procura de suspeitos. As investigações estão sendo conduzidas pela DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa). O Fortaleza Esporte Clube, que tem Rogério Ceni como técnico, lamentou "mais um episódio triste de violência na nossa capital" e comunicou o cancelamento de um evento de mulheres que aconteceria no próximo domingo (11).Veja, abaixo, a publicação da Torcida CearamorViolência no Estado Esta é a terceira chacina na capital cearense em 2017. Segundo a Polícia Civil, três mulheres foram torturadas, mortas e decapitadas por uma facção criminosa no dia 2 de março. As investigações apontam que as vítimas possivelmente integravam ou tinham proximidade com o CV (Comando Vermelho). A outra chacina acontece em janeiro, no bairro Cajazeiras, quando 14 pessoas foram vítimas do episódio mais sangrento do Estado. As investigações policiais apontam que a chacina também foi motivada por rivalidade entre facções criminosas.