PF prende um e apreende R$ 194 mil em operação contra desvios de armas de CACs
Segundo investigação, armamentos seriam registrados em nome de laranjas para depois serem destinados a organizações criminosas
Cidades|Do R7
![Agentes vasculharam endereços em Campo Grande (MS) e Medianeira (PR)](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/52LGXLS5HNK5RJBKITVJ7DBMIA.jpg?auth=7c406d6e022b4e4c9c5b1c0a6b2713cf4822ff2369e97dc7ef5717bd58201e70&width=576&height=768)
A Polícia Federal de Mato Grosso abriu neste sábado (3) uma operação contra o comércio ilegal de armas e munições de grosso calibre desviadas de possíveis CACs — pessoas habilitadas na categoria "caçador, atirador e colecionador", grupo que cresceu durante o governo Jair Bolsonaro. Segundo os investigadores, os armamentos seriam registrados em nome de laranjas para depois serem destinados a organizações criminosas dedicadas à prática de crimes violentos.
A ofensiva foi batizada Ópla — do grego armas — e prendeu preventivamente um investigado. Além disso, os agentes vasculharam endereços em Campo Grande (MS) e Medianeira (PR). Durante as diligências, foram apreendidos R$ 194,3 mil e uma pistola Glock, calibre 9 mm, equipada com kit rajada.
Segundo a PF, a ofensiva é um desdobramento do inquérito aberto após a prisão em flagrante de um CAC no dia 4 de outubro. Na ocasião, foram apreendidas três pistolas 9 mm, quatro fuzis e munições, além de coletes balísticos com identificações falsas da Polícia Civil.
Um dos fuzis apreendidos durante a diligência estava com a numeração raspada, mas a perícia conseguiu identificar que a dona da arma é habilitada como CAC e tem outras armas registradas em seu acervo, entre elas uma pistola Glock calibre .40 e uma pistola Taurus calibre .45.
As armas apreendidas na primeira fase da Operação Ópla seriam entregues a uma quadrilha suspeita de assaltos a bancos. Após a prisão em flagrante, foram expedidas outras sete ordens de prisão na capital e em Maracaju, no interior, contra integrantes da quadrilha, incluindo outro CAC supostamente laranja.
Como mostrou o Estadão, investigações da PF em pelo menos sete estados miram várias irregularidades no registro de armas por colecionadores, caçadores e atiradores esportivos (CACs) que têm facilitado o acesso a armamento por parte de criminosos.