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Paraibana que dividiu palco com Adele nos Estados Unidos conta como foi tocar com uma ‘estrela’

Uma paraibana dividiu o palco com uma das maiores estrelas da música mundial e o show, transmitido na rede de TV americana CBS no último domingo (14), foi visto por quase 10 milhões de pessoas só nos Estados Unidos, um recorde de audiência desde a cerimônia do Oscar, em fevereiro deste ano. Karoline Menezes, que […]

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Uma paraibana dividiu o palco com uma das maiores estrelas da música mundial e o show, transmitido na rede de TV americana CBS no último domingo (14), foi visto por quase 10 milhões de pessoas só nos Estados Unidos, um recorde de audiência desde a cerimônia do Oscar, em fevereiro deste ano.

Karoline Menezes, que é de João Pessoa mas atualmente vive em Los Angeles (EUA), tocou viola em uma orquestra de 16 músicos que se apresentou com a cantora inglesa Adele em um show especial, gravado no Observatório Griffith, um dos cartões postais mais conhecidos da cidade e do mundo.

Em entrevista ao Portal Correio, a musicista,que já tinha sido entrevistada pela nossa equipe em 2016, contou como foi a experiência de se apresentar com a famosa cantora, dona de hits como ‘Hello’, ‘Rolling in the Deep’ e ‘Someone Like You’.

Convite e surpresa

Imagina você ser contratado para um trabalho e não ter nem ideia de quem seja o contratante? Pois é, tudo na indústria de Hollywood é guardado a sete chaves, ainda mais em tempos de redes sociais.

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Karoline conta que é conhecida de produtores de grandes shows e por já ter feito várias apresentações com músicos famosos – entre eles artistas do porte de Elton John e Andrea Bocelli – está numa lista de músicos selecionados para este tipo de espetáculo.

Ela disse que quando foi chamada não sabia que faria parte da banda de Adele. “O contratante perguntou se eu estava disponível pra algumas datas e eu disse que sim. Começamos o primeiro ensaio, ensaiamos por cinco, seis horas. Cada partitura que eu pegava, tinha apenas a primeira letra do nome de cada música”, explicou Karoline.

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Dois dias depois, mais um ensaio. Dessa vez, ficou um pouco mais claro de quem seriam aquelas músicas que estavam apenas na partitura. “O ensaio foi com a banda dela (Adele). Aí comecei a juntar as peças. A produção era de britânicos e franceses, aí eu pensei: ‘tem alguma coisa…’ Quando o pianista tocou os primeiros acordes de ‘Hello’, aí eu deduzi e falei com uma colega: ‘isso é pra Adele?’ e ela: ‘ah, é sim, você não sabia?’“, contou.

Artista fora de série

Karoline só viu Adele pessoalmente na véspera do show, que foi gravado num domingo e teve na platéia várias celebridades como Oprah Whinfrey, Leonardo DiCaprio, Drake, Selena Gomez, Lizzo e Donald Glover e contou com um repertório com os maiores sucessos e músicas do novo álbum da britânica, ’30’, lançado nesta sexta-feira (19).

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A paraibana disse que já era fã da cantora inglesa, mas que dessa vez viu e ouviu como ela era uma artista fora de série. “Ela tem uma voz natural, não tem uma artista como a Adele, que faz uma coisa tão clássica e pop. Ela nem faz aqueles aquecimentos que os cantores fazem antes de cantar, parece que não faz esforço, é muito natural. Se eu fosse compará-la com alguém, compararia com a Whitney Houston”, disse.

As músicas de Adele que Karoline mais gosta (‘Love in the Dark’ e ‘One and Only’) acabaram ficando de fora do show, mas outras duas músicas foram escolhidas por ela como as melhores que ela tocou. “A que eu mais gostei de tocar foi ‘When We Were Young’ e ‘Skyfall’ também porque tem uma orquestração muito linda”, contou Karoline.

Veja abaixo um trecho da apresentação de ‘Skyfall’ no especial ‘One Night Only’ da CBS.Karoline aparece ainda nos primeiros segundos. Ela é a primeira na fileira de musicistas, da esquerda para direita.

Currículo recheado de ‘estrelas’

Além de Adele, o currículo de Karoline tem apresentações com vários artistas mundiais. Os já citados Elton John e Andrea Bocelli se juntam a um time bem diverso, com artistas do naipe de OneRepublic, The Weeknd, Tyrese, Queen Latifah, Mary J. Blige e Snoop Dogg.

Porém, uma apresentação recente marcou bastante Karoline, pela memória afetiva: a banda Eagles, do hit ‘Hotel California’. “Tocar com o Eagles foi muito especial, eu cresci escutando a banda, aprendi inglês pegando as letras, traduzindo. Foi o show mais especial pra mim, por todo o sentido”.

Se ainda existe alguma estrela que Karoline quer alcançar? Algumas, com certeza! “Ah, tem gente que até já morreu que eu gostaria de ter tocado, como o Marvin Gaye. Mas dos artistas atuais, talvez a Lauryn Hill e o Stevie Wonder”, confessou Karoline.

Trabalho na pandemia

Assim como o Brasil, os Estados Unidos foram duramente afetados pela pandemia da Covid-19 e isso impactou a indústria americana do entretenimento. Segundo Karoline, o volume de trabalhos reduziu drasticamente, chegando a parar totalmente logo no início da pandemia, no primeiro semestre de 2020.

Este ano, além do show com Adele, uma das poucas grandes apresentações foi na cerimônia do Oscar, com a cantora Celeste. “Fora isso, produções de menor porte. Muitos shows cancelados, poucas gravações com restrições, tivemos que gravar algumas coisas de casa, aprender a mexer em programas de edição para mandar o material. Só veio começar a voltar um pouco ao normal em março, abril desse ano. Depois do verão (em junho, no hemisfério norte), voltou mais ao normal”, contou.

Mas a redução dos trabalhos fez Karoline se manter ocupada com um curso de especialização em habilidades musicais e se voltar mais a projetos de educação através da música. Além dos freelancers em shows e gravações de trilhas sonoras e filmes, ela desenvolve trabalhos em comunidades com jovens de famílias de baixa renda, maioria descendentes de imigrantes.

“É o que faz meu coração bater, é o que me dá alegria, energia, uma satisfação bem maior que uma apresentação com um grande artista. Quero ampliar esses projetos fazendo uma ponte cultural com o Brasil e com o Nordeste”, explicou Karoline.

Mantendo as raízes

Karoline ainda tem familiares em João Pessoa e Taperoá e, sempre que pode, vem visitá-los. Desde o início da pandemia, veio duas vezes à capital paraibana e pretende voltar próximo ano para fazer colaborações com artistas locais.

Antes de deixar a cidade, em 2009, chegou a participar da Orquestra Jovem e da Orquestra Sinfônica da Paraíba, onde teve oportunidade de tocar com diversos artistas, alguns deles com raízes bem nordestinas, como Chico César, Sivuca e Dominguinhos.

“Sou muito nordestina e carrego isso sempre comigo, tento difundir muito isso aqui, é um pouco da minha missão. Geralmente quando digo que sou do Brasil, perguntam se sou do Rio, São Paulo, mas faço questão de dizer que sou do Nordeste e sou da Paraíba”.

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