O Brasil tem 837 mil pessoas morando em domicílios coletivos como penitenciárias, asilos, hotéis, pensões, alojamentos, clínicas psiquiátricas, abrigos e orfanatos. Desse total, 479.191 brasileiros, ou 57,2%, vivem em cadeias, centros de detenção ou similares.O número representa 0,2% do total da população brasileira. Os dados são do Censo Demográfico 2022 – Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Para chegar a esse número, o IBGE classificou o detento como morador da penitenciária com alguma condenação ou se a detenção já durasse mais de 12 meses.Segundo o levantamento, os domicílios coletivos são instituições ou estabelecimentos onde a relação entre as pessoas que neles se encontravam era regida por normas de subordinação administrativa.Segundo o IBGE, o número de pessoas que vivem em penitenciárias, centros de detenção e similares mantém a liderança em cada unidade da Federação.A região Sudeste reunia 52% (quase 250 mil pessoas) dos moradores de penitenciárias, superando a proporção da população brasileira que residia nessa região em 2022 (41,8%). O Nordeste, por sua vez, reunia 26,9% da população brasileira, mas apenas 16,5% dos moradores de penitenciárias e similares.O estudo mostra que 96% da população das penitenciárias eram homens. Nas unidades de internação de crianças e adolescentes, esse número chegava a 96,2%.Nas penitenciárias e similares, o grupo de idade mais comum, considerando intervalos de 10 anos, era a faixa entre 20 e 29 anos, com 40,7% dos moradores, seguida da faixa entre 30 e 39 anos, com 34,7%.Em 2022, a taxa de analfabetismo nas penitenciárias foi de 6,6%, ligeiramente inferior ao verificado no total da população brasileira (7%). No entanto, segundo o IBGE, é preciso considerar que os domicílios desse tipo têm uma concentração de moradores na faixa etária entre 20 e 39 anos, grupo etário no qual a taxa de analfabetismo, na população em geral, é bastante reduzida (1,6%). Entre os moradores de presídios, esse indicador foi de 5,1%.Desagregando a taxa de analfabetismo por grupos de idade, verifica-se que os moradores das penitenciárias tinham uma taxa de analfabetismo mais elevada que o conjunto da população, para cada grupo de idade analisado.