A transexual Jennifer Celia Henrique foi encontrada morta na manhã desta sexta-feira (10) no bairro dos Ingleses, em Florianópolis (Santa Catarina), com “lesões” na cabeça. Segundo informações iniciais da Polícia Civil e relatos de amigos, Jenni, com era conhecida, foi assassinada por preconceito. A Delegacia de Homicídios da Capital informou ao R7 que Jennifer foi encontrada com lesões na cabeça. As autoridades não detalharam as lesões e disseram que aguardam os resultados do IML (Instituto Médico Legal). Nas redes sociais, amigos relataram que ela foi morta a “pauladas”. O assassinato causou comoção nas redes sociais, sobretudo na comunidade LGBT de Santa Catarina. Jenni, que trabalhava com a venda de cosméticos, é descrita por amigos como uma pessoa “alegre”, “sorridente” e que “sempre via o lado bom da vida”. Outra amiga escreveu que hoje era um dia “de covardia...de preconceito...de injustiça... O que falar de vc??? So coisas boas... alegria.. força... amizade... coragem. Nem sempre o que nos convém serve pro outro... assim como o que é bom pro outro às vezes não nos convém... ser diferente não é ruim ...a vida é feita de diferenças...vamos saber viver...amar... respeitar”. O Brasil é o país que mais mata gays, lésbicas, travestis e transexuais em todo o mundo. Em 2016, 343 pessoas foram assassinadas, segundo o Grupo Gay da Bahia, que faz um relatório anual dos assassinatos — sequer existem estatísticas oficiais sobre o assunto. Dos 343 assassinatos de pessoas LGBTS no ano passado, 173 eram gays (50%), 144 (42%) trans (travestis e transexuais), 10 lésbicas (3%), 4 bissexuais (1%), além de 12 heterossexuais também em crimes homofóbicos — eram amantes de transexuais, chamados "T-lovers". O caso que mais chamou atenção recentemente foi a morte da travesti Dandara dos Santos, em Fortaleza, Ceará. Ela foi apedrejada em plena rua e morta a tiros em seguida. O crime aconteceu em 15 de fevereiro, mas só mobilizou as autoridades na semana passada, quando um vídeo do espancamento caiu nas redes sociais. Com a pressão na web, até o governador Camilo Santana (PT) mobilizou seu secretariado para acompanhar o caso. Assim, a Polícia Civil do Ceará, que passara mais de duas semanas sem identificar nenhum suspeito, avançou nas investigações, prendendo até o momento sete pessoas acusadas de participar do crime.