Agência de classificação de risco mantém selo de 'bom pagador' do Brasil, mas com perspectiva negativa
País está listado agora como BBB-, a um degrau de ser considerado grau especulativo
Economia|Do R7, com Reuters
A agência de classificação de risco Standard & Poor's revisou para "negativa" a perspectiva de crédito soberano do Brasil nesta terça-feira (28), ante "estável", mantendo a classificação em moeda estrangeira em "BBB-".
A revisão, segundo nota explicando a decisão, reflete probabilidade maior de que a correção de política em curso enfrentará mais deslizes "dada a dinâmica política fluida e que o retorno a uma trajetória de crescimento mais firme demorará mais do que o esperado".
A S&P também manteve o rating do Brasil em moeda local em "BBB+". A agência citou que a série de investigações de corrupção entre certas empresas e políticos pesa cada vez mais sobre os cenários econômico e fiscal brasileiros.
Mencionou ainda que o País enfrenta circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras "apesar do que consideramos ser uma correção de política significativa durante o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff".
"Apesar das mudanças generalizadas de política em andamento, que continuamos a acreditar que tem o apoio da presidente, os riscos de execução aumentaram. Na nossa visão, esses riscos derivam tanto do front econômico quanto político", afirmou a S&P em nota.
A nota da S&P do Brasil é a mais baixa em comparação com as outras agências. Abaixo disso, o País já seria considerado de grau especulativo.
Na Moody’s, o País é classificado como Baa2, com perspectiva negativa. Para ser rebaixado, ainda precisaria cair dois patamares. A agência Fitch lista o Brasil como BBB, também com perspectiva negativa, na mesma condição da Moody’s para ser rebaixado a grau especulativo.
Essas notas funcionam como uma espécie de selo de bom pagador e são dadas pelas agências de rating para o mercado. Muitos investidores só injetam dinheiro em economias que tenham uma classificação que não seja considerada especulativa.
As notas refletem, entre outros fatores, a capacidade do governo honrar com o pagamento dos credores. Na semana passada, a equipe econômica reduziu a estimativa de superávit das contas, que é o dinheiro que sobra para pagar os juros da dívida pública.
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