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Aumento da taxa básica de juros é um mal necessário, diz economista

Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, após passar por seis altas seguidas

Economia|Da Agência Brasil

Estimativa é de que a Selic suba mais uma vez amanhã
Estimativa é de que a Selic suba mais uma vez amanhã

Crédito mais caro e menos acessível, economia em queda, maior risco de desemprego e endividamento das famílias. Esse é o cenário traçado em momento de aumento da taxa básica de juros, a Selic. Mas, o aumento dos juros é considerado um “mal necessário” por economistas e pelo BC (Banco Central) para conter a alta dos preços, que corrói a renda dos trabalhadores.

O diretor da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel José Ribeiro de Oliveira, em uma economia que já está em retração, subir juros agrava mais esse quadro.

— É aquela história do mal necessário. Melhor subir juros para poder reduzir a inflação do que não fazer nada e ver o risco subir.

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A diretoria do BC tem reiterado que a melhor contribuição da instituição para um novo ciclo de crescimento econômico é trazer a inflação para a meta de 4,5% no final de 2016 e ancorar as expectativas.


Reunião Copom

Nesta terça-feira (28) e amanhã (29) será feita a quinta reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, responsável por definir a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, após passar por seis altas seguidas de 0,5 ponto percentual.


Para Oliveira, o Copom pode reduzir o ritmo de aumento dos juros para 0,25 ponto percentual na reunião desta semana, mas “não será surpresa” se o comitê optar por manter o aumento de 0,5 ponto percentual. Na avaliação des instituições financeiras consultadas todas as semanas pelo BC, o comitê deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, esta semana.

Impostos e contas deixam as pessoas no vermelho e viram piada

Oliveira lembra que o Copom deve avaliar o cenário econômico com dólar mais alto, o que impacta negativamente a inflação. Isso porque os insumos importados ficam mais caros e pressionam ainda mais a inflação.

A alta recente do dólar, que ontem (27) fechou vendido a R$ 3,364, é influenciada pelo anúncio do governo de redução da meta de superávit primário, economia para o pagamento de juros da dívida pública.

Com a redução da meta para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no País), há risco de o Brasil perder o grau de investimento das agências de classificação de risco. Há ainda fatores externos que influenciam a cotação do dólar, como a desaceleração da economia chinesa.

Nesse cenário, Oliveira orienta os cidadãos a evitar fazer dívidas, principalmente as de longo prazo de pagamento.

— Se tiver que fazer um empréstimo, que seja de prazo mais curto, pesquisar e procurar linhas mais baratas como o crédito consignado.

Oliveira acrescentou que a cautela é essencial no atual momento de crise econômica.

— O momento agora é ser conservador, ter um controle maior do seu orçamento. Até porque tem um ambiente que pode perder o emprego. A renda já está sendo afetada por um conjunto de fatores, como inflação mais alta, impostos e juros altos.

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