As famílias que têm renda mensal de até cinco salários-mínimos (R$ 5.225) poderão comprar imóveis da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) financiados em 30 anos com juros zero. Até então, a taxa era de 7% ao ano.Leia mais: Novo juro da Caixa reduz em até R$ 14.182,69 financiamento de casa A medida, que entrou em vigor na segunda-feira (2), vale para famílias inscritas no programa de habitação popular do estado de São Paulo. O prazo de financiamento é o mesmo para todos os mutuários, segundo informações enviadas pela Secretaria de Estado da Habitação, e o valor do imóvel gira em torno de R$ 140 mil. O que varia é o valor da prestação, conforme a renda familiar.Leia mais: Financiamento imobiliário cresce 42,7% e atinge R$ 7,27 bi em janeiro Quem ganha menos, tem um subsídio maior. Hoje, uma família com renda de um salário-mínimo (R$ 1.045) pagaria uma prestação de cerca de R$ 200, acrescida correção monetária anual, durante todo o prazo de financiamento Outra mudança anunciada pelo governo é sobre a fixação de 20% como limite de comprometimento da renda familiar durante o contrato de financiamento.Leia também: Queda dos juros deixa portabilidade dos financiamentos mais atraente De acordo com a secretaria, essa modificação “permitirá às famílias beneficiadas planejar com maior segurança e previsibilidade o pagamento efetivo das mensalidades cobradas, que passarão a ter um valor fixo ao longo da vigência dos 30 anos de contrato, acrescidas apenas da correção monetária”. Nos contratos atuais, o comprometimento inicial varia de 15% a 30% dos ganhos familiares. Com o passar dos anos, porém, esse percentual de comprometimento pode sofrer acréscimos reais ao longo do financiamento em função da redução gradual dos subsídios ofertados pela CDHU.Leia mais: Crédito imobiliário atrelado ao IPCA ou taxa de juros: qual é o melhor? "Essa medida dará maior previsibilidade ao mutuário para o pagamento das mensalidades ao longo do contrato, colaborando com o planejamento e o orçamento familiar, além de diminuir os níveis de inadimplência da CDHU", diz o secretário de Habitação, Flavio Amary. A partir de agora, a CDHU passará a corrigir os seus financiamentos com base no índice IPCA-IBGE em substituição ao IPC-Fipe, usado atualmente. De acordo com a secretaria, a troca ocorre porque o IPCA-IBGE é um indicador mais abrangente, uma vez que mede também a variação de preços em território nacional, não apenas da capital paulista como é o caso do IPC-Fipe. O IPCA-IBGE também é o índice utilizado para monitoramento oficial da meta de inflação e por isso fará com que o financiamento habitacional da CDHU fique mais alinhado com a situação econômica do país.Leia mais: IR 2020: Conheça 9 investimentos isentos de Imposto de Renda Para Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), a mudança de indicador não deve alterar a correção desses financiamentos. “Isto ocorre pois enquanto o IPC da FIPE acumulou 4,38%, em 2019, o IPCA do IBGE acumulou 4,30%. Ou seja, não deve mudar muito a situação atual”, diz Oliveira. Os imóveis financiados pela CDHU têm em geral 56,67 metros quadrados de área útil, dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. As unidades – que podem ser casa ou apartamento – são entregues com pisos cerâmicos em todos os cômodos, azulejos nas paredes hidráulicas, medidores de água individualizados, acessibilidade e infraestrutura completa. Neste ano, a CDHU vai financiar 7 mil imóveis em todos o Estado de São Paulo. As primeiras unidades que serão entregues com juros zero no financiamento são nas cidades de Coronel Macedo (147 unidades) e Fartura (186). Esses imóveis já foram sorteados e, portanto, já têm donos. Para saber sobre a abertura de novas inscrições, o interessado deve acompanhar o site da CDHU ou ligar para o Alô CDHU no telefone 0800 000 2348.