A CNI (Confederação Nacional da Indústria) defende a retomada do programa que permitia a redução da jornada de trabalho e do salário por conta da pandemia de covid-19.Leia mais:Indústria fecha 2020 com maior queda em quatro anos, diz IBGE Em documento divulgado nesta sexta-feira (12), a entidade reúne, ao todo, 25 propostas para a redução do chamado "Custo Brasil", que envolve "entraves estruturais, burocráticos, trabalhistas e econômicos, que atrapalham o crescimento do Brasil, a geração de riqueza, renda e emprego", segundo a CNI. O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda foi criado em 2020, em razão da pandemia, e vigorou até 31 de dezembro do ano passado, quando também deixou de vigorar o decreto que estabelecia a situação emergencial e de calamidade pública no Brasil. “As incertezas continuam elevadas e a recuperação econômica não está consolidada. Ainda mais incerta é a capacidade da economia brasileira de aumentar sua taxa de crescimento, o que é essencial para o aumento do padrão de vida dos brasileiros”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Segundo a nota da CNI, a expectativa do setor industrial é de que as medidas já tramitando no Congresso Nacional sejam aprovadas e implementadas pelo governo "o mais breve possível". De acordo com o presidente da entidade, o Brasil não pode repetir o desempenho da última década, quando o PIB cresceu apenas 1,4%, e a indústria apresentou nível de produção inferior aos patamares de 2010. As propostas apresentadas pela CNI estão divididas em oito grandes temas: tributação, política fiscal, meio ambiente, relações de trabalho, infraestrutura, inovação, comércio exterior e micro, pequenas e médias empresas. “Temos certeza que, se implementadas, essas medidas vão promover o aumento da competitividade, estimular os investimentos e o crescimento da indústria e do Brasil”, avalia Andrade. Sobre o chamado "Custo Brasil", a CNI reforça que, só com a superação desses entraves, o país terá de elevar a taxa de crescimento médio do PIB para 3%, nos próximos dez anos. Entre as principais propostas, destacam-se: - aprovação da reforma tributária, substituindo tributos sobre o consumo (PIS/Cofins, ICMS, ISS e IPI) por um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA); - redução da alíquota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da CSLL, compensando a queda de arrecadação com a tributação de lucros e dividendos; - aprovação da reforma administrativa com foco no aumento da competitividade do setor público; - aprovação da PEC 186 (PEC Emergencial), que cria mecanismos de contenção de despesas pelos governos; - extensão dos programas emergenciais de financiamento, como o Pronampe e o Peac; - instituição do marco legal de recuperação judicial das micro e pequenas empresas.