O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central começa nesta terça-feira (18) a reunião para definir a nova taxa básica de juros da economia brasileira. As expectativas do mercado financeiro apontam para uma elevação da Selic em 1 ponto percentual, passando dos atuais 13,25% para 14,25% ao ano. O encontro termina na quarta-feira (19).Caso se confirme, a taxa vai voltar ao patamar de agosto de 2016, na quinta alta consecutiva desde setembro de 2024.Esta é a segunda reunião do comitê sob o comando do presidente do BC, Gabriel Galípolo, que tomou posse no começo do ano. Ele foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.A Selic é o principal instrumento para controlar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.Após a alta da inflação, o Banco Central tem intensificado o aumento dos juros para conter o consumo e os preços.Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a inflação acelerou para 1,31% em fevereiro e alcançou o maior índice para o mês desde 2003, quando variou 1,57%. No ano, o IPCA acumula alta de 1,47% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,06%.Após ficar em 13,75% ao ano entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, até chegar a 10,5% ao ano em maio de 2024. O índice se manteve assim até a reunião de setembro de 2024, quando o Copom aumentou a taxa em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Em novembro, a elevação foi de 0,5 ponto, passando para 11,25% ao ano. Em dezembro, o reajuste foi maior, de 1 ponto percentual, e a Selic chegou a 12,25% ao ano. Em janeiro, na primeira reunião sob o comando de Galípolo, houve outro aumento de 1 ponto percentual, e a taxa subiu para 13,25% ao ano.A taxa básica de juros é uma forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo.Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.Já quando os juros básicos são reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.É a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.