
A empresária Miriam Fellipe, em unidade da Pasteca em Xanxerê (SC)
DivulgaçãoA empresária Miriam Felipe nunca pensou que se tornaria uma milionária. Mas, 30 anos após seu primeiro emprego, ela chegou lá seguindo uma receita simples: recheando a massa e fritando pasteis.
Hoje, a empresária de 48 anos lidera a franquia Pasteca, com quatro unidades em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para 2014, a empresa planeja faturar R$ 7 milhões.
— O dinheiro só pelo dinheiro não se sustenta e não tem valor. O bom de se ter uma condição assim é ter a certeza de que se construiu algo na vida e que, com isso, pode-se também impactar positivamente a vida de outras pessoas.
Milionária desde os 40 anos, Miriam explica que, para ter sucesso, é preciso ter planejamento, foco e disciplina.
E desde cedo Miriam já se mostrava disciplinada. Nascida numa família de classe média em Chapecó (SC), a empresária tinha só 11 anos quando ganhou seu primeiro salário, como babá: uma muda de roupas, usada por uma das quatro meninas das quais cuidava à tarde, após frequentar a escola pela manhã.
Esse trabalho duraria dois anos, quando uma desavença com uma das garotas a levou ao segundo emprego, como balconista, aos 13 anos. Foi aí que ela recebeu seu primeiro salário “real” — o mínimo da época.
— Eu lembro que usei [o primeiro salário] para pagar meu colégio, comprar um caderno escolar e um tênis novo para ir à escola.

Fachada da Pasteca em Xanxerê (SC): franquia de R$ 220 mil
DivulgaçãoFilha de um agricultor com uma dona de casa, Miriam lembra com orgulho a importância de pegar no batente desde cedo.
— Foi a melhor coisa que minha mãe fez, pois nos ensinou a ter compromisso. Além disso, meus pais sempre trabalharam muito e foram um exemplo de responsabilidade para nós.
Com 18 anos, Miriam deixou o emprego como balconista e foi para um banco, mas a experiência durou apenas dois anos.
— Eu não gostei do ambiente de trabalho.
Foi aí que ela se transferiu para um frigorífico, onde permaneceu por 13 anos.
Mudança de vida
Nesse meio tempo, ela descobriu que estava à venda uma pastelaria de sua cidade, a Pasteca, por onde passava diariamente.
Miriam não pensou duas vezes: pegou US$ 100 mil (R$ 225 mil hoje) emprestado com um amigo e, em três dias de negociação, fechou o negócio.
— Na época [2003], a maior dificuldade inicial foi entender o negócio, mas eu negociei para manter os antigos funcionários comigo e isso foi fundamental. Em 2004, participamos da primeira feira da cidade. Aí deu uma deslanchada.
Hoje, a Pasteca tem duas unidades em Chapecó, uma em Xanxerê (SC) e outra em Erechim (RS).
Investimento de R$ 220 mil volta em dois anos
O investimento total para abrir uma franquia da Pasteca é de R$ 220 mil, sendo o prazo de retorno do investimento prometido para até dois anos, com faturamento médio mensal de R$ 60 mil e rentabilidade de 10%.
Miriam conta que seu maior prejuízo foram R$ 200 mil que gastou quando planejou criar um modelo de negócio diferente: enviar o pastel pronto para os franqueados.
— Eu queria que o franqueado recebesse o pastel já pronto. Investi muito em tecnologia, mas não deu certo.
Apesar disso, o negócio vem prosperando. Em 2013, a Pasteca faturou R$ 3 milhões. Neste ano, a projeção é de que o número suba para R$ 7 milhões. Além da abertura de cinco novas unidades.
Miriam, que fatura 10% de todo esse montante, diz que não tem receita pronta para o sucesso. Apenas muito trabalho.
— Tem que ser consciente de que vai trabalhar muito. Os erros nos fazem aprender o quanto a gente tem que ser bom nesse tipo de negócio.
Confira abaixo a receita da Miriam: