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Aprenda dicas para prevenir fraudes on-line e o que fazer em caso de golpe

Conhecer as fraudes mais comuns e controlar as emoções para não ser pego desprevenido são algumas das técnicas

Economia|Tara Siegel Bernard, do The New York Times

A criminalidade cibernética está em alta, mas nem os melhores softwares antivírus conseguem impedir a ação de vigaristas que manipulam a psique humana Christina Lee/The New York Times

Os crimes cibernéticos estão cada vez mais frequentes, mas nem mesmo o melhor software antivírus pode impedir os avanços dos golpistas que atacam a psique humana. Algumas das fraudes mais prejudiciais e custosas envolvem o que é conhecido como “engenharia social”. Nesses casos, os criminosos usam técnicas testadas que se baseiam em engano e em manipulação emocional, levando muita gente a revelar informações pessoais ou financeiras, ou até mesmo conceder acesso remoto ao seu computador. Foi o que se passou com Barry Heitin, advogado aposentado de 76 anos que perdeu quase US$ 740 mil para golpistas sofisticados que fingiram ser funcionários bancários e governamentais.

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Pessoas de todas as idades e níveis socioeconômicos são alvos potenciais, mas os americanos mais velhos são os mais vulneráveis. Têm mais chances de possuir economias, são considerados mais isolados e talvez tenham menos conhecimento de informática.

Agora também existem mais maneiras de acesso para os fraudadores: mensagens de texto, redes sociais, sites de namoro ou grupos on-line. Sabe aquele teste de personalidade bobo que você acabou de fazer no Facebook? Pode ter sido criado por golpistas com o propósito de obter dados pessoais.

“O que está mudando é a capacidade dos criminosos de se conectarem conosco, e isso se deve ao dispositivo que carregamos 24 horas por dia, sete dias por semana. Não passa um dia sem que tenhamos uma perda milionária”, disse Amy Nofziger, diretora de apoio às vítimas de fraude da Aarp Fraud Watch Network, iniciativa que oferece recursos e apoio para ajudar a proteger pessoas, sobretudo os idosos, contra fraudes e golpes.


Ninguém espera ser vítima, mas os criminosos estão constantemente aprimorando suas abordagens e atuam com base em técnicas bem estabelecidas. A seguir, uma série de dicas para evitar algumas das fraudes mais devastadoras e o que fazer se você ou um ente querido cair na armadilha.

Evitando fraudes

Familiarize-se: as pessoas podem ser suscetíveis a golpes em razão de sua fase de vida ou das circunstâncias. Jovens recém-formados podem ser atraídos por ofertas de trabalho promissoras. Quem quer comprar uma casa é enganado para transferir dinheiro para os golpistas. Os idosos tendem a cair em fraudes em que os criminosos se passam por funcionários do governo ou por alguém oferecendo suporte técnico. E gente de todas as idades cai em golpes que prometem investimentos com retornos lucrativos, frequentemente em criptomoedas.


Para se manter informado, familiarize-se com as fraudes mais comuns do momento. A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos envia alertas aos consumidores, e o FBI, que publica anúncios de serviço público sobre os últimos golpes, em breve vai oferecer uma opção para que as pessoas se inscrevam para receber atualizações por e-mail.

Controle suas emoções: os criminosos estimulam nosso cérebro primitivo e com frequência misturam incentivos emocionais com uma falsa sensação de urgência. “Sou uma pessoa sofisticada e consciente dessas fraudes, mas, quando ouvi as palavras ‘vamos matar sua filha’, quase todo o meu bom senso foi pela janela”, contou a reverenda Debra Andrew Maconaughey, reitora da igreja episcopal de St. Columba, em Marathon, na Flórida, que no mês passado foi alvo de criminosos exigindo dinheiro.


Entenda o que não vão lhe pedir: Nofziger recebe reclamações diariamente. Seu conselho: “Ouça o que estão solicitando. Se alguém pedir cartões de presente pré-pagos, bitcoin via caixas eletrônicos, lingotes de ouro, dinheiro em espécie, serviços de pagamento digital, como Venmo, CashApp ou Zelle, números de Seguro Social ou informações de Medicare, pare.” O governo e a polícia raramente entram em contato com os cidadãos por telefone e, mesmo que o façam, não vão solicitar que você pague com criptomoedas, cartões pré-pagos e transferências bancárias.

Lembre-se das práticas e hábitos de segurança on-line: alguns procedimentos básicos podem ajudar, mas também pode ser útil desacelerar e agir de forma mais deliberada, como dedicar um tempo para verificar se o endereço de e-mails suspeitos parece oficial (ou se é diferente por uma letra ou um dígito). Não baixe programas que dão acesso remoto ao seu computador ou celular. Não clique em links patrocinados, anúncios ou pop-ups, que podem conter programas maliciosos. Ative bloqueadores de pop-ups nos navegadores.

Os golpistas podem falsificar números legítimos no identificador de chamadas para que pareça que estão ligando, por exemplo, do seu banco ou da Administração da Segurança Social. Certifique-se de retornar as ligações aos fornecedores usando números de telefone que você encontrou por conta própria ou no verso dos cartões bancários. (Também esteja ciente de que os golpistas já são conhecidos por tomar o controle de celulares e redirecionar chamadas feitas por você.)

O que fazer se você tornar uma vítima

Qual é o primeiro passo?

A natureza de cada fraude é diferente, por isso as recomendações variam. Mas, de modo geral, a primeira ligação deve ser para sua instituição financeira, a fim de alertá-la. Se você transferiu dinheiro para um golpista, pode tentar solicitar reembolso ou cancelamento, mas isso deve ser feito quase imediatamente. Se você comprou um cartão-presente, informe de imediato ao seu emissor.

Quais órgãos de segurança podem ajudar?

Muita gente não denuncia as fraudes porque se sente muito envergonhada, mas é importante fazê-lo rapidamente e fornecer a maior quantidade de informações possível. Isso ajuda as autoridades a agrupar as denúncias, detectar padrões e ameaças emergentes e identificar e investigar os criminosos.

Polícia local: os especialistas sugerem começar pelo departamento de polícia local, embora nem todos tenham experiência ou treinamento em crimes cibernéticos. Se esse for o caso, veja se há algum detetive especializado em crimes econômicos. Mas algumas localidades, como San Diego e Santa Clara, na Califórnia, criaram grupos de trabalho específicos para investigar fraudes on-line ou exploração de idosos.

FBI: todas as vítimas de crimes cibernéticos devem registrar queixa no Centro de Denúncias de Crimes na Internet do FBI, ou IC3, o centro de denúncias do governo.

Serviço Secreto: pode ser que o Serviço Secreto não lhe ocorra como uma das primeiras opções, mas a seção de investigação cibernética do órgão pode ser útil, sobretudo se houve transferência de dinheiro. Você pode denunciar crimes ao escritório local. Mas é importante agir quase imediatamente se quiser ter alguma chance de recuperar os fundos. Jason Kane, agente especial responsável pelo escritório da agência em Nashville, no Tennessee, afirmou que, se uma pessoa transferir dinheiro para um golpista e entrar em contato com o Serviço Secreto menos de 48 horas depois, os agentes podem ser capazes de ajudar: “Quanto mais cedo você ligar, maiores vão ser nossas chances de recuperar os fundos, mas, depois de 72 horas, a probabilidade de que sejam devolvidos é significativamente menor.”

A Comissão Federal de Comércio também recolhe queixas.

Gostaria de ajuda neste processo?

A Linha Direta Nacional de Fraudes contra Idosos, administrada pelo Departamento de Justiça, pode ajudar. A Aarp Fraud Watch Network (disponível nos dias úteis pelo 877-908-3360) também pode passar mais orientações.

Quais são minhas chances de recuperar o dinheiro?

Às vezes é possível, mas não costuma ser provável. Depende da fraude e da rapidez com que é denunciada à instituição financeira e às autoridades competentes.

O que devo fazer se achar que meu computador pode ter sido comprometido?

Se você acha que um golpista pode ter tido acesso ao seu dispositivo, faça com que um profissional limpe sua máquina, como o serviço Geek Squad, da BestBuy (mas tome cuidado com fraudes relacionadas!), o Genius Bar, da Apple, ou um técnico de informática local. Isso significa formatar o computador para as configurações de fábrica e reinstalar o sistema operacional, medida que elimina qualquer malware que você não consiga ver, incluindo trojans de acesso remoto, que permitem que hackers controlem seu dispositivo, explicou Sinan Eren, especialista em segurança cibernética e diretor executivo da Opnova, empresa emergente que automatiza a segurança. “Esse é o método correto para eliminar qualquer dúvida.”

E se meu computador começar a emitir alarmes, o que devo fazer?

Várias vítimas parecem ter clicado em um pop-up, anúncio ou algum outro link que fez com que o computador emitisse sons altos, como se estivesse sendo atacado. Não siga as instruções exibidas na tela. Em vez disso, desligue o computador e desconecte-o da internet. Em seguida, faça uma limpeza nele para garantir que está livre de ameaças.

O que devo fazer se suspeitar que meu telefone está comprometido?

Os golpistas podem se infiltrar em seu dispositivo móvel de várias maneiras; por exemplo, desviando chamadas e mensagens para outro número ou transferindo seu número de telefone para um dispositivo que eles controlam (o que é conhecido como troca de SIM). Se você acha que seu telefone foi invadido, vá até a loja da sua operadora de telefonia móvel ou ligue para o provedor de outro número de telefone.

Explique suas suspeitas e reveja com eles as configurações da sua conta, incluindo o desvio de chamadas e a senha da caixa postal, orientou Eren. “É uma boa ideia definir um PIN de segurança com sua operadora de telefonia móvel, que vai passar a ser solicitado quando você ligar para requisitar um serviço.”

Eren também sugere restaurar o dispositivo para as configurações de fábrica, recuperar os dados por intermédio do iCloud ou do Google Play e atualizar sempre o sistema operacional assim que uma nova versão estiver disponível.

Mais alguma coisa?

Sempre é uma boa ideia ter uma cópia gratuita de cada um dos seus relatórios das três agências de crédito – Equifax, Experian e TransUnion – para verificar se algum golpista abriu uma conta em seu nome. Em seguida, congele seus arquivos de crédito, o que restringe o acesso aos seus relatórios de crédito e dificulta que os fraudadores abram novas linhas de crédito em seu nome.

Mude as senhas de e-mail, entidades financeiras, computadores e dispositivos móveis, e de qualquer outra conta sensível. Use sempre a autenticação em duas etapas, se você ainda não o faz.

c. 2024 The New York Times Company

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