Dois de cada três brasileiros mudam comportamento para evitar golpe digital
Cuidado com links recebidos, alteração de senhas e configuração dos limites de para transações aparecem entre as alternativas comuns contra armadilhas comuns, mostra pesquisa
Economia|Do R7
O temor de ser tornar vítima de um golpe fez dois terços (68%) dos brasileiros pelo menos um comportamento em relação às transações na internet e redes sociais, para se proteger das armadilhas cada vez mais comuns.
A mudança mais comum, adotada por 83%, envolve o cuidado com links recebidos por SMS, email ou redes sociais, segundo pesquisa inédita realizada pelo C6 Bank em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica).
No quesito transações financeiras, 38% afirmam que passaram a configurar limites para transações bancárias, como o Pix em horários noturnos. Para tornar o acesso às contas com mais segurança, 35% relatam ter apagado senhas armazenadas no celular ou em conversas como as do WhatsApp. Outros 48% alteraram suas senhas para torná-las mais fortes.
José Luiz Santana, líder de cibersegurança do C6 Bank, comemora o avanço da proximidade entre os consumidores e a segurança digital, o que ele cita como "crucial" para a proteção das informações pessoais e financeiras.
“O letramento digital é a capacidade de uma pessoa usar tecnologias e seus recursos com consciência. Com esse olhar cuidadoso, ela não só compreende os riscos de exposição na internet, como também consegue identificar informações falsas, principalmente as que possam induzir a golpes”, afirma ele.
Estratégia
Santana cita que o primeiro passo para se blindar de golpes digitais é entender a importância de cuidar das senhas, já que elas são a primeira camada de proteção de informações pessoais e financeiras.
Quando se trata de golpes financeiros, a pesquisa revelou que os brasileiros estão cada vez mais atentos às táticas dos golpistas. “Compartilhar ou anotar qualquer senha ou repetir a mesma combinação para diferentes serviços são práticas comuns que devem ser abandonadas”, orienta Santana.
Segundo o levantamento, 90% dos entrevistados sabem que um banco não pode enviar um motoboy em casa para retirar seu cartão de crédito, e 93% afirmam saber que não é permitido que um representante do banco ligue pedindo a senha da conta ou do cartão.
Vulneráveis
Apesar de evidenciar uma melhora no comportamento dos consumidores, o estudo mostra que uma parcela significativa dos entrevistados ainda desconhece informações que poderiam poupá-los de golpes.
Ao serem questionados se o representante de um banco ou outra instituição financeira pode ligar para o seu telefone e perguntar o código que foi enviado por mensagem de texto ou email, 17% acreditam que sim ou não souberam responder.
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Outros 58% não sabem reconhecer um boleto falso, golpe ainda comum no Brasil. Em um boleto bancário, os três primeiros dígitos representam o número do banco e os últimos, o valor a ser pago. O especialista em cibersegurança do C6 Bank reforça a importância de as pessoas desenvolverem habilidades de letramento digital para se protegerem.
“É preciso ter muito cuidado com interações online, porque o suposto anonimato da internet propicia a ação de criminosos. Antes de trocar informações com um contato virtual, por exemplo, é fundamental se certificar de que essa pessoa existe e é quem diz ser”, afirma Santana.
A pesquisa do C6 Bank/Ipec foi realizada entre os dias 7 e 16 de fevereiro, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistadas 2.000 pessoas das classes ABC, com acesso à internet e maiores de 16 anos.