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Dólar cai mais de 1% e volta a se aproximar de R$2,60 com medidas fiscais, China e correção

Economia|Do R7

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de mais de 1 por cento sobre o real nesta terça-feira, anulando todo o avanço da sessão anterior em reação positiva às medidas fiscais anunciadas pelo governo brasileiro e ao alívio nos mercados globais após a economia da China desacelerar menos que o esperado.

A queda também refletiu um movimento de correção, após a divisa subir 1,33 na véspera em um dia marcado por baixo volume.

A moeda norte-americana caiu 1,54 por cento, a 2,6150 reais na venda, após atingir 2,6085 reais na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,1 bilhão de dólares.


"Houve uma conjunção de fatores que deixou o mercado animado, começando pela China e acabando aqui, no pacote de aumento de impostos de ontem", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Na véspera, o governo anunciou quatro medidas tributárias que vão elevar a arrecadação neste ano em 20,63 bilhões de reais. O pacote reforçou a perspectiva de maior rigor fiscal, em meio ao quadro de inflação alta e crescimento baixo, afastando ainda mais as dúvidas sobre o comprometimento do governo com o ajuste das contas públicas.


O bom humor foi sustentado também pela surpresa positiva em relação ao crescimento econômico da China no quarto trimestre do ano passado, que desacelerou menos que o esperado. Embora o resultado para 2014 como um todo tenha ficado abaixo da meta do governo, o indicador animou investidores, alimentando a demanda por ativos de maior risco, que já vinha elevada devido a expectativas de mais estímulos na zona do euro.

Investidores no mercado doméstico também aproveitaram o quadro favorável para corrigir excessos da véspera, quando o dólar saltou diante da ameaça de racionamento de energia, mais um obstáculo para a cambaleante atividade econômica brasileira. O movimento foi exagerado pelo baixo volume de negócios, devido ao feriado nos Estados Unidos.


"Ontem, o dólar subiu um pouco no vazio e, com o mercado mais cheio, é normal dar alguns passos para trás", disse o gerente de câmbio da corretora Tov, Celso Siqueira.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 1,1 mil contratos para 1º de setembro e 900 para 1º de dezembro, com volume correspondente a 98,4 milhões de dólares.

O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a 10,405 bilhões de dólares, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 61 por cento do lote total.

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(Edição de Patrícia Duarte)

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