O dólar subiu e fechou esta segunda-feira (14) no patamar de R$ 3,62, o maior em pouco mais de dois anos, sob influência do cenário externo e da expectativa dos investidores em torno das eleições. Nem mesmo a atuação reforçada do BC (Banco Central) no mercado de câmbio foi capaz de segurar o dólar, que só nas últimas três semanas acumulou ganhos de 5,54%. Na sessão desta segunda-feira, a moeda norte-americana avançou 0,76%, a R$ 3,6281 na venda, maior patamar de fechamento desde 7 de abril de 2016 (R$ 3,6937). Na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a R$ 3,6416. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,8%. A poucos meses das eleições presidenciais de outubro, o quadro ainda é incerto. Investidores temem que um candidato que considerem menos comprometido com o ajuste fiscal desponte como favorito.Banco Central A atuação mais reforçada do BC no mercado de câmbio acabou tendo efeito limitado à abertura dos negócios, quando o dólar foi negociado em baixa e chegou à mínima de R$ 3,5732 no dia. Na sexta-feira, após o fechamento dos mercados, o BC anunciou oferta nova de 5.000 contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda no mercado futuro, além do leilão de rolagem do vencimento de junho. "Com esta nova postura, o BC terá ainda liberdade para, eventualmente, promover intervenções mais flexíveis e, eventualmente, mais agressivas", escreveu o chefe de multimercados da gestora Icatu Vanguarda, Dan Kawa, em relatório. Até então, o BC vinha fazendo único leilão por dia, no total de 8.900 contratos que, se tivesse sido mantido todos os dias até o encerramento do mês, rolaria o total de junho de US$ 5,650 bilhões e ainda injetaria US$ 2,8 bilhões adicionais. Os novos contratos, até então, só entrariam no sistema quando fosse concluída a rolagem do vencimento do mês que vem. Nesta sessão, o BC vendeu integralmente a oferta de até 5.000 novos swaps. E também a até US$ 4.225 para rolagem, já somando US$ 3,326 bilhões do US$ 5,650 bilhões que vencem em junho. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.Cenário externo No mercado externo, o dólar subia ante a cesta de moedas e ante as divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno. "A mudança de direção do dólar lá fora e a Argentina contribuíram para o avanço do dólar ante o real, que já estava sensível com a pesquisa eleitoral", comentou o operador de câmbio de uma corretora local. Nesta sessão, o peso argentino exibiu forte queda ante o dólar, apesar das negociações em Washington que visam garantir um acordo de financiamento do FMI (Fundo Monetário Internacional) destinado a estabilizar o mercado local.