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Draghi alerta para risco de divergências estruturais na zona do euro

Economia|Do R7

Lisboa, 23 mai (EFE).- O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, advertiu neste sábado para o perigo de haver grandes divergências estruturais entre os países da união monetária e qualificou estas diferenças de potencialmente ameaçadoras e explosivas. "Em uma união monetária não se pode permitir ter divergências estruturais grandes e crescentes entre os países, elas tendem a ser explosivas", afirmou em discurso em um fórum do BCE realizado no município português de Sintra, a cerca de 30 quilômetros de Lisboa. Ele considerou que estas divergências estruturais entre países "vão ameaçar a existência da união monetária". Draghi lembrou que o BCE é o "guarda" da moeda única europeia e defendeu que em uma união monetária "o banco central deve comentar assuntos que possam prejudicar o cumprimento de seu mandato de estabilidade de preços ou minar a existência dessa união". Em seu discurso, voltou a insistir na mensagem dada ontem, quando encorajou os governos europeus a aproveitar a recuperação econômica para fazer as reformas que seus países precisam. "Não vai existir melhor momento para fazer reformas do que agora", afirmou o italiano, que acrescentou que há certa falta de "políticas estruturais" que englobam, por exemplo, a flexibilização do mercado de trabalho e as reformas dos sistemas de previdência pública. Sobre este último ponto, pediu aos governos da zona do euro continuidade. "Um país que reforma o sistema de previdência e depois muda de ideias todos os anos não obtém nenhum tipo de benefício no curto prazo", aduziu. A opinião de Draghi contrasta com a manifestada no mesmo fórum pelo vice-presidente do banco central americano, o Federal Reserve, Stanley Fischer, que garantiu que os bancos centrais podem falar "de vez em quando" sobre reformas estruturais, mas não podem transformar o assunto no tema principal de seu discurso cada vez que falam à imprensa. Simultaneamente à realização do fórum, clientes do Banco Espírito Santo (BES) afetados pela venda de papel comercial - dívida de curto prazo vendida como investimento de baixo risco - se manifestavam em frente ao hotel onde acontecia o encontro, exigindo uma solução para recuperar suas economias. O fórum anual do BCE em Sintra reuniu ontem e hoje presidentes de bancos centrais, acadêmicos e membros de diferentes governos, que participaram de uma série de conferências e debates sobre inflação, emprego, produtividade e políticas monetárias. EFE pfm/cd

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