A greve dos trabalhadores bancários completa trinta dias nesta quarta-feira (5), sem previsão de término. A paralisação já é a maior desde o ano de 2004, quando os funcionários do setor cruzaram os braços por exatos 30 dias, de acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. A greve mais longa da categoria na história foi em 1951, com 69 dias de paralisação. A última reunião para debater as reivindicações da categoria ocorreu na quarta-feira da semana passada (28) e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não conseguiu firmar um acordo com a Contraf (Confederação Nacional trabalhadores do ramo financeiro). Na ocasião, os patrões mantiveram a proposta de reajuste 7% e abono de R$ 3.500. A categoria, por sua vez, reivindica reajuste salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando inflação de 9,31%. Desde agosto de 2015, segundo os sindicatos da categoria, os bancários acumulam redução salarial de 9,62%.Bancos fechados dificultam saques do FGTS e do seguro-desemprego De acordo com a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira, afirma que a paralisação “seguirá firme”. Ela considera inaceitável a proposta dos bancos de não conceder aumento real aos funcionários. — Não podemos aceitar que, no primeiro semestre de 2016, 60% das negociações em setores menos rentáveis do que os bancos conquistaram ganhos reais de salários ou reposição da inflação e os trabalhadores do setor mais rico do País sejam submetidos a perdas salariais. A greve dos bancários já dura quase 30 dias e seguirá firme na luta por reajuste salarial e melhores condições de trabalho, o que favorece não só a categoria, mas toda a sociedade. Além do reajuste de 14,78%, os bancários também solicitam ainda PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários acrescidos de R$ 8.317,90; piso no valor do salário mínimo de R$ 3.940, vales alimentação e refeição e auxílio-creche no valor do salário mínimo de R$ 880. A categoria também reivindica 14º salário e o fim das metas abusivas e do assédio moral. Segundo o último balanço da greve divulgado pela Contraf, mais de 55% do total de agências de todo o Brasil fecharam as portas nesta terça-feira (4).