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IBGE: em Santa Catarina, 96% das pessoas têm máquina de lavar em casa; no Piauí, apenas 35%

Cerca de 63 milhões de brasileiros (29,2% da população) residem em domicílios sem o eletrodoméstico, indica pesquisa do IBGE

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

Cerca de 63 milhões de brasileiros não têm máquina de lavar roupa em casa Werther Santana/Estadão Conteúdo/17.04.2018

Cerca de 63 milhões de brasileiros (29,2% da população) residiam em domicílios sem máquina de lavar roupa em 2023. O Piauí foi o estado com o menor percentual (34,8%) de pessoas vivendo em lares com o eletrodoméstico. Na outra ponta, Santa Catarina despontou com o melhor resultado, já que 95,9% das pessoas tinham o aparelho em casa.

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Os dados são da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (4).

Em 7 anos, a proporção de brasileiros residindo em domicílios com máquina de lavar roupa avançou 7,3 pontos percentuais, indo de 63,5% em 2016 para 70,8% em 2023.

Entre a população em situação de extrema pobreza, o avanço na proporção de presença da máquina de lavar roupa no mesmo período foi ainda mais notável, 12,6 pontos percentuais, indo de 23,4% em 2016 para 36% em 2023.


Segundo o estudo, as capitais brasileiras tenderam a apresentar maior acesso à máquina de lavar do que em outras cidades do país.

Os locais com menores proporções se encontravam no interior das regiões Norte e Nordeste:


  • Litoral e baixada maranhense: 17,6%
  • Litoral norte e mata de Alagoas: 22%
  • Sertão de Alagoas: 22,9%

Ao mesmo tempo, Santa Catarina concentrou os estratos com maiores proporções:

  • Litoral norte e Planalto norte catarinense e entorno metropolitano de Florianópolis: ambos com 97%,
  • Florianópolis: 96,2%

Divisão por sexo e cor

A pesquisa mostra que 83% das pessoas brancas residiam em domicílios com máquina de lavar em 2023. Entre pretos e pardos, a proporção é de 61,7%.


No recorte por sexo, os dados apontam que 71,4% das mulheres e 70,1% dos homens tinham o eletrodoméstico em casa.

Acesso à internet

Em 2023, 15,2 milhões de brasileiros viviam em domicílios sem acesso à internet. Desse total, 1,7 milhão (11,3%) estavam abaixo da linha de extrema pobreza, e outros 4,9 milhões (32,3%) estavam acima da linha de extrema pobreza, porém abaixo da linha de pobreza.

O levantamento mostra que o Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior percentual de pessoas com acesso à internet em casa: 97,5%. O Acre, em contrapartida, é o estado com o menor percentual: 82,3%.

Renda mensal do trabalhador brasileiro

O rendimento médio real mensal da população ocupada no trabalho principal chegou a R$ 2.890, em 2023, um aumento de 7,1% em comparação com o ano anterior. O resultado é o maior desde 2020, quando ficou em R$ 2.935.

A recuperação do mercado de trabalho ocorreu em todas as atividades econômicas. O setor de informação, financeira e outras atividades profissionais é o que registrou maior salário médio (R$ 4.227). Já a menor remuneração média ficou com serviços domésticos (R$ 1.143).

Em 2023, 57,6% da população brasileira estava empregada, superando o patamar de 2019. No recorte por sexo, os homens alcançaram 67,9% de taxa de ocupação contra 47,9% para as mulheres.

Segundo o estudo, embora a maior escolaridade das mulheres não seja suficiente para equilibrar a situação em relação aos homens, é uma característica “muito relevante” para assegurar a inserção feminina no mercado de trabalho. No ano passado, o nível de ocupação das mulheres com ensino superior completo foi 3 vezes maior que o das mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto.

Brancos ganham 70% a mais do que pretos e pardos

A pesquisa mostra que a população ocupada de cor ou raça branca ganhava, em média, 69,9% mais do que a de cor ou raça preta ou parda e os homens, 26,4% mais que as mulheres. O IBGE destaca que os resultados indicam a existência de desigualdade estrutural, já que, salvo pequenas oscilações, essas diferenças foram encontradas em todos os anos de 2012 a 2023.

Atividades econômicas que, historicamente, apresentam os menores rendimentos médios (serviços domésticos, agropecuária e construção) são as que possuem, proporcionalmente, mais pessoas pretas ou pardas empregadas.

Jovens ‘nem-nem’

O Brasil tinha, em 2023, 10,3 milhões de jovens (21,2%) que não estudavam e não estavam ocupados, o menor patamar e a menor taxa desde o início da série histórica, em 2012.

O estudo cita que a situação de atividade dos jovens está relacionada ao sexo. Os afazeres domésticos e os cuidados de parentes representam o principal motivo para as mulheres estarem nesta condição. Do total de jovens que não estudavam e não estavam ocupados, 65% eram mulheres (6,7 milhões) e 35%, homens (3,6 milhões).

Dos 10,3 milhões de jovens ‘nem-nem’, as mulheres de cor ou raça preta ou parda eram 4,6 milhões (45,2%), enquanto as brancas formavam menos da metade desse montante: 1,9 milhão (18,9%); os homens de cor ou raça preta ou parda eram 2,4 milhões (23,4%) e os brancos, 1,2 milhão (11,3%).

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