Inflação foi maior para mais pobres do que para ricos em novembro
Segundo o Ipea, situação só não foi pior porque a alta na inflação das carnes foi compensada pelo barateamento de outros itens da alimentação
Economia|Do R7
A inflação das carnes pesou mais sobre os mais pobres em novembro e, só não foi pior, porque a alta de preços foi compensada pelo barateamento de outros itens da alimentação, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
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O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta terça-feira (10) pelo instituto, mostra que as famílias com renda mais baixa tiveram inflação de 0,54% em novembro.
No mesmo período, o custo de vida aumentou 0,43% para as famílias de renda mais elevada.
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O indicador do Ipea desagrega por faixa de renda os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e usado pelo governo nas metas perseguidas pelo Banco Central (BC). Em novembro, o IPCA ficou em 0,51%.
O preços dos alimentos e de moradia ditaram o tom da inflação mais elevadas para os mais pobres.
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"A alta de 8,1% das carnes em novembro contribuiu com 0,28 ponto porcentual (p.p.) para a inflação das classes mais baixas, anulando, inclusive, o alívio inflacionário vindo da queda de 12,2% nos preços dos tubérculos.
Adicionalmente, o reajuste de 2,2% das tarifas de energia elétrica – repercutindo a mudança da bandeira tarifária de verde para amarela – gerou uma contribuição de 0,12 p.p. para a inflação desse segmento", diz um trecho da nota divulgada pelo Ipea.
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Nas contas dos pesquisadores do instituto, apenas os aumentos das carnes e da conta de luz explicam "mais de 70%" de toda a alta inflacionária observada nas famílias de menor renda - na classificação do indicador do Ipea, a faixa mais baixa tem renda familiar de até R$ 1.638,70 por mês.
Já na faixa de renda mais elevada (renda mensal familiar acima de R$ 16.391,58), a inflação foi puxada pelos preços dos combustíveis (alta de 0,78% em novembro), das passagens aéreas (alta de 4,4%) e nos jogos lotéricos (avanço de 24,4%).
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"No caso das famílias mais ricas, embora o reajuste das carnes e da energia também tenha pressionado suas taxas de inflação, o menor peso desses itens em sua cesta de consumo acaba por aliviar seus impactos altistas", diz a nota divulgada pelo Ipea.
A taxa de inflação das famílias de renda mais baixa acumulada em 12 meses até novembro de 2019 ficou em 3,40%, ainda mais elevada que a da faixa de consumidores mais ricos, de 3,26% no período.
O IPCA acumulado em 12 meses até novembro de 2019 foi de 3,27%.