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Inflação 'na porta de fábrica' recua pelo quinto mês seguido

Deflação de 2,72% em junho faz Índice de Preços ao Produtor acumular queda de 12,37% nos últimos 12 meses, a menor taxa da série histórica, afirma IBGE

Economia|Do R7

IPP acumula deflação de dois dígitos pela primeira vez
IPP acumula deflação de dois dígitos pela primeira vez

Os preços da indústria apresentaram deflação pelo quinto mês seguido em maio. Com a taxa negativa de 2,72%, o IPP (Índice de Preços ao Produtor) acumula queda de 6,46% em maio, o menor índice já registrado para um mês de junho desde o início da série histórica, em 2014.

No acumulado em 12 meses, a chamada “inflação na porta de fábrica”, que mede os preços dos produtos, sem impostos nem frete, ficou em -12,37%, também a menor taxa da série histórica, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os dados mostram ainda que 19 das 24 atividades industriais investigadas pela pesquisa tiveram variações negativas em relação a maio. Para Felipe Câmara, analista da pesquisa, a indústria brasileira convive com quase um ano de deflação na porta da fábrica, com dois dígitos de variação negativa pela primeira vez.

“É importante ter em vista o efeito da queda continuada dos preços de commodities-chave, o que tem barateado os custos de produção ao longo das cadeias produtivas nacionais, tornado produtos importados básicos mais competitivos e reduzido a receita unitária de venda do exportador brasileiro. Todo esse efeito é maximizado pela apreciação cambial dos últimos meses”, explica ele.


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As quatro variações mais intensas foram: indústrias extrativas (-10,52%); refino de petróleo e biocombustíveis (-6,32%); outros produtos químicos (-5,01%); e papel e celulose (-4,4%). Alimentos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de junho e os de maio. A atividade foi responsável por -0,83 ponto percentual de influência na variação de -2,72% da indústria geral.

“A conjuntura também tem o reforço da oferta abundante de matéria-prima para a fabricação de alimentos, o que em junho foi determinante para que essa atividade fosse a principal responsável pelo recuo do IPP em relação a maio. As indústrias extrativas, o refino e a química também foram destaques em termos de influência; juntas, essas quatro atividades representam quase 50% no cálculo do IPP e todas foram afetadas por um ou mais dos fatores que citei anteriormente”, completa Câmara.

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