Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Investimento de empresas automotivas estrangeiras no Brasil somam R$ 95,3 bilhões até 2032

Anúncios mais recentes foram feitos pela Stellantis e Toyota, que vão injetar R$ 30 bilhões e R$ 11 bilhões, respectivamente

Economia|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Geraldo Alckmin durante anúncio da Toyota
Geraldo Alckmin durante anúncio da Toyota Valdenio Vieira/SEAUD - 05.03.2024

As principais empresas estrangeiras do setor automotivo pretendem investir R$ 95,3 bilhões no Brasil. A lista leva nomes como Citroën, Fiat, Jeep, Peugeot, Volkswagen, Renault, General Motors e BYD. Além disso, a Stellantis informou nessa quarta-feira (6) que vai injetar R$ 30 bilhões entre 2025 e 2030. Na terça (5), a Toyota anunciou a aplicação de R$ 11 bilhões até 2030. Especialistas consultados pelo R7 apontam que as medidas demonstram confiança das companhias internacionais na economia brasileira.

Parte desses recursos começou a ser aplicada em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro. São os casos da francesa Renault, que informou o investimento de R$ 4,5 bilhões até 2028, e da CAOA, com a aplicação de R$ 4,5 bilhões até 2028.

Depois, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, a japonesa Nissan anunciou, em 2023, a aplicação de R$ 2,8 bilhões até 2025. Ainda no ano passado, a chinesa GWM comunicou que iria investir no Brasil R$ 10 bilhões até 2032.

No caso da montadora Stellantis, dona das marcas automobilísticas Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot, o anúncio foi feito depois de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o diretor-executivo global da empresa, Carlos Tavares. A expectativa da empresa é lançar 40 produtos ao logo do período e investir em tecnologias de descarbonização.


Neste ano, até o momento, foram anunciados:

• StellantisR$ 30 bilhões até 2030;


• Toyota: R$ 11 bilhões até 2030;

• General Motors: R$ 7 bilhões até 2028;


• Volkswagen: R$ 16 bilhões até 2028;

• BYD: R$ 3 bilhões até 2030,

• Hyundai: R$ 5,45 bilhões até 2032;

• BMW: R$ 500 milhões; o período de aplicabilidade se encerra neste ano.

No caso da Toyota, o informe, inclusive, foi antecipado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o que rendeu louros ao governo federal. A companhia possui fábrica em Sorocaba, no interior de São Paulo, e pretende lançar veículos com tecnologia híbrida.

"É um investimento importante. A Toyota é a maior montadora do mundo e é campeã na eletrificação. E é campeã também nos híbridos flex. Eu acho que esse é o diferencial brasileiro. Você vai ter carro eletrificado, mas vai ter também o flex. Acho que vai ser um grande sucesso", afirmou o vice-presidente durante a agenda.

Para o economista e advogado Alessandro Azzoni, conselheiro da Associação Comercial de São Paulo, o investimento é significativo e representa confiança por parte das empresas estrangeiras na economia brasileira e em outras áreas.

Demonstra acreditar no potencial econômico do Brasil. Reflete também a confiança das empresas no ambiente de negócios, nas políticas governamentais e nas perspectivas futuras do país para o mundo. Um ponto de ressalva é que o investimento da indústria automobilística é feito com muito estudo e projeções, considerando avaliações de risco, o que torna o Brasil um potencial mercado para atração de investimento industrial.

(economista e advogado Alessandro Azzoni, conselheiro da Associação Comercial de São Paulo)

Produção e exportação

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a produção de automóveis e comerciais leves no país foi de 2.204 mil unidades em 2023, crescendo 1,3% em relação a 2022, "e só não foi maior por causa do encolhimento de 16% das exportações e do aumento de 29% das importações". 

O balanço anual das exportações do ano passado trouxe um fato inédito, segundo a associação. O México foi o principal destino das exportações brasileiras (32% do total), posição que, historicamente, a Argentina jamais havia perdido.

Com a queda de todos os outros mercados, entre eles alguns importantes, como Argentina (-16%), Chile (-57%) e Colômbia (-53%), as exportações recuaram 16%, totalizando 403,9 mil unidades em 2023. 

Leia também

Agora, as projeções para o ano de 2024, na visão da entidade, são:

• 6,1% de crescimento nos emplacamentos (expectativa de 2.450 mil unidades);

• 6,2% na produção (2.470 mil unidades); e

• 0,7% nas exportações (407 mil unidades).

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destaca a importância da MP 1.205, que instituiu para o setor o Mover, programa lançado pelo governo que amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias.

"Trata-se uma política industrial muito moderna e inteligente, que garante previsibilidade a toda a cadeia automotiva presente no país e a novas empresas que chegarem e ainda privilegia as novas tecnologias de descarbonização, os investimentos em P&D e favorece a neoindustrialização", disse Leite em comunicado divulgado pela entidade.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.