Economia Pandemia derruba PIB dos grandes municípios em 2020, afirma IBGE

Pandemia derruba PIB dos grandes municípios em 2020, afirma IBGE

Dados mostram que os efeitos das medidas de isolamento variaram conforme a importância do setor de serviços em cada cidade

  • Economia | Do R7

Quatro cidade concentram quase 20% do PIB nacional

Quatro cidade concentram quase 20% do PIB nacional

ADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 9.6.2022

As cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Curitiba (PR), responsáveis por quase 20% do total do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços finais produzidos — brasileiro, lideram as perdas de riquezas em 2020. O primeiro ano da pandemia de Covid-19 foi marcado pelo encolhimento de 4,1% da economia nacional.

De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os resultados acompanham a perda de força registrada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

"Destacamos a perda de participação da atividade de serviços como fator determinante para esses resultados, em especial a atividade de comércio em um cenário de pandemia em 2020”, afirma Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE.

Conforme os dados, o PIB de São Paulo segue o maior do país, apesar da perda de 0,5 ponto percentual na passagem de 2019 para 2020, de 10,3% para 9,8%. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (4,4%), Brasília (3,5%) e Curitiba (1,2%), com baixas de, respectivamente, 0,4, 0,2 e 0,1 ponto percentual.

Cidade de São Paulo responde por quase 10% do PIB brasileiro

Cidade de São Paulo responde por quase 10% do PIB brasileiro

Wikimedia Commons

Em 2020, nove municípios responderam por quase 25% do PIB nacional e 15,3% da população brasileira: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Curitiba (PR), Osasco (SP), Porto Alegre (RS) e Guarulhos (SP). Já as 82 cidades com maior participação representavam, aproximadamente, 50% da economia total e 35,8% da população nacional.

O analista destaca ainda alguns dos principais impactos do primeiro ano da pandemia nos resultados dos municípios. Segundo ele, os resultados evidenciam que os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre as economias municipais variaram de acordo com a importância das suas atividades de serviços, sobretudo as presenciais. 

“Esses serviços agregam as atividades com as maiores quedas de participação no país, entre 2019 e 2020, sendo as mais afetadas pelas medidas de isolamento social e queda da demanda durante o ano”, analisa Sá.

Altas

Na contramão dos grandes centros, os cinco municípios com maiores ganhos foram Parauapebas (0,5%) e Canaã dos Carajás (0,3%), ambos no Pará, que aumentaram 0,2 ponto percentual, além de Manaus (1,2%), no Amazonas; Saquarema (0,2%), no Rio de Janeiro; e Itajaí (0,4%), em Santa Catarina, todos os três com aumento em cerca de 0,1 ponto percentual.

Para Sá, a análise resultado com as contas regionais, em que o Pará foi a unidade da Federação que mais ganhou participação. Já Manaus, que também seguiu a tendência de queda na atividade de serviços observada em outras capitais, teve seu resultado amenizado pelas indústrias de transformação, com destaque para a fabricação de equipamentos de informática, concentrada no município.

Reprodução/IBGE

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