Economia PEC do estouro vai estimular alta do PIB em 2023, avalia CNI

PEC do estouro vai estimular alta do PIB em 2023, avalia CNI

Projeção feita com base em rombo previsto de R$ 200 bilhões vê proposta determinante para aumento do consumo das famílias, mas cita chance de impulsionar inflação e dívida em relação ao PIB

  • Economia | Do R7

Equipe de transição discute proposta para o pagamento do Bolsa Família

Equipe de transição discute proposta para o pagamento do Bolsa Família

Antonio Cruz/Agência Brasil - 17.11.2022

O rombo de R$ 200 bilhões previsto pela PEC (proposta de emenda à Constituição) apresentada pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, vai estimular o crescimento econômico de 2023.

A avaliação, apresentada nesta terça-feira (6) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), leva em conta que as medidas vão resultar em um aumento do consumo das famílias e auxiliar no crescimento de 1,6% projetado para o PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem.

"Aprovada dessa forma, a PEC vai levar a um crescimento real das despesas do governo federal em 10%. Em um primeiro momento, esse aumento de despesa tem um componente de impulsionar o crescimento do PIB em 2023. Isso vai ter algumas outras consequências, mas, no curto prazo, vai estimular o desempenho da economia", afirma Mário Sérgio Telles, gerente-executivo de economia da CNI.

A percepção leva em conta que a PEC foi projetada para garantir o pagamento de um benefício no valor de R$ 600 e o adicional de R$ 150 por criança menor de 6 anos. Além disso, é previsto aumento das despesas com projetos socioambientais e de instituições federais financiadas com recursos próprios.

Telles avalia que a aprovação da proposta apresentada vai influenciar no aumento do consumo. “Nossa expectativa é de que o consumo das famílias continue crescendo em 2023, em um ritmo abaixo do visto em 2022, quando o consumo cresceu 4%, mas ainda sustentado pelo mercado de trabalho e por essas despesas maiores do governo federal”, completa ele.

Risco

Por outro lado, as projeções evidenciam ainda uma reversão do endividamento do setor público, estimado em 76,1% do PIB para este ano. O efeito da PEC será a elevação da dívida pública para 78,8% de tudo aquilo que é produzido no Brasil.

“Com essa situação fiscal, estamos prevendo uma desvalorização cambial, e isso vai se refletir na inflação”, destaca Telles, ao prever o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) na casa de 5,4% no ano que vem.

O economista também explica que a maior demanda vai tornar o setor de serviços o principal vilão da inflação em 2023. Para a CNI, o movimento vai ocasionar a manutenção da taxa básica de juros em um patamar elevado, com queda dos atuais 13,75% ao ano para 11,75% ao ano.

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