Economia Primeira fase do Drex atrasa e só terminará em maio de 2024

Primeira fase do Drex atrasa e só terminará em maio de 2024

Segundo o Banco Central, a inclusão dos participantes está mais lenta do que o previsto; demora pode ser de três meses

  • Economia | Da Agência Brasil

BC prevê três meses de atraso

BC prevê três meses de atraso

Adriano Machado/Reuters - Arquivo

A demora na inclusão de participantes e questões relacionadas à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) farão com que a primeira fase do Drex, a moeda virtual que equivalerá ao real, seja adiada para maio de 2024, informou nesta segunda-feira (21) o coordenador da iniciativa no Banco Central (BC), Fabio Araujo.

Isso representa um atraso de três meses em relação ao cronograma original, que previa o fim da etapa de testes em fevereiro do próximo ano.

“A gente está tendo alguns problemas, está executando o cronograma de uma forma um pouco mais lenta do que a gente tinha planejado para colocar as pessoas para dentro da rede do Drex”, disse Araujo na live semanal do BC no YouTube. Segundo ele, a preservação da privacidade tem se revelado um “desafio grande” para o desenvolvimento da solução tecnológica.

Pelo cronograma original, a última etapa da fase de testes, que previa negociações simuladas com títulos públicos, ocorreria em fevereiro. Com o adiamento, passará para maio. Apesar da demora na fase de testes, Araujo manteve a estimativa de que o Drex chegará aos cidadãos no fim de 2024 ou início de 2025.

No dia 7 de agosto, o BC apresentou o Drex como a futura moeda virtual brasileira. Até então, a iniciativa era chamada de real digital.

Segundo o BC, cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta. O D representa a palavra "digital"; o R faz alusão ao real; o E refere-se à palavra "eletrônica"; e o X passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, o sistema de transferência instantânea criado em 2020.

Plataforma


Em março, o BC escolheu a plataforma Hyperledger Besu para fazer os testes com ativos de diversos tipos e naturezas. Essa plataforma tem baixos custos de licença e de royalties de tecnologia porque opera com código aberto (open source).

Em junho, o BC escolheu 16 consórcios para participar do projeto-piloto. Eles construirão os sistemas a ser acoplados ao Hyperledger Besu e desenvolverão os produtos financeiros e as soluções tecnológicas. A lista completa de entidades selecionadas pelo Comitê Executivo de Gestão está no site do BC.

Segundo Araujo, a conexão desses consórcios à plataforma está se atrasando. “O processo de escolha da tecnologia de proteção da privacidade tem se mostrado um desafio grande. A gente está conversando com vários provedores. A gente vê que a maturidade ainda não está adequada para o nível que a gente precisa da LGPD”, declarou. “Para que a gente tenha tempo de conduzir esses testes de privacidade da forma mais adequada, a gente deve terminar em maio de acordo com o planejamento atual.”

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