Primeira parcela do 13º salário deve ser paga até amanhã; saiba como usar o valor
O abono natalino é calculado com base no salário mensal bruto do trabalhador e proporcional ao tempo de serviço naquele ano
Economia|Do R7
O esperado pagamento da primeira parcela do 13º salário deve ser feito até esta quinta-feira (30) aos trabalhadores com carteira assinada e funcionários públicos. Já a segunda e última parcela tem que ser paga até o dia 20 de dezembro.
Neste ano, o pagamento vai beneficiar cerca de 87,7 milhões de brasileiros, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Com o valor médio de R$ 3.057, a remuneração extra tem potencial de injetar R$ 291 bilhões na economia.
A primeira parcela é isenta de descontos, enquanto a segunda é ajustada conforme os descontos legais, como Imposto de Renda e contribuição previdenciária.
O abono natalino é calculado com base no salário mensal bruto do trabalhador e proporcional ao tempo de serviço naquele ano.
Para saber o valor, basta dividir o salário bruto do trabalhador por 12. O resultado é multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano. Para que o mês seja contabilizado no cálculo, é necessário que o funcionário tenha trabalhado ao menos 15 dias no período; do contrário, esse mês não deverá ser considerado na base de cálculo.
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A advogada Karolen Gualda Beber, especialista em direito do trabalho, explica que a gratificação natalina está prevista na legislação trabalhista e determina que todo empregado — incluindo trabalhadores dos serviços públicos, setor privado e doméstico — que tenha trabalhado por mais de 15 dias durante o ano e não tenha sido desligado por justa causa tem direito a receber o benefício.
Segundo ela, a exceção são os casos em que, por solicitação direta do empregado no mês de janeiro, já tenha sido paga a primeira parcela no pedido de férias.
O que fazer com o valor?
De acordo com João Bertelli, planejador financeiro e sócio da A7 Capital, a primeira parcela do 13º salário pode ser uma oportunidade para organizar as finanças, fazer investimentos ou realizar projetos pessoais.
“A melhor forma de utilizar esse recurso vai depender da realidade e do momento financeiro de cada um. O trabalhador pode pagar dívidas, antecipar parcelas de financiamentos, criar ou reforçar sua reserva de emergência, fazer investimentos de médio ou longo prazo ou então realizar algum projeto pessoal, como uma viagem de final de ano”, explica.
Para quem tem dívidas, a recomendação é primeiro quitá-las para depois investir. “Isso porque o retorno de um investimento dificilmente vai ser maior do que os juros de um empréstimo ou financiamento, que costumam ser altos. Os efeitos dos juros compostos em dívidas podem ser perversos no longo prazo, então o recomendável é evitar essa força contra o bolso”, diz Bertelli.
Ele também ressalta que as dívidas do cartão de crédito e do cheque especial devem ser priorizadas no momento da quitação, já que costumam ter juros mais altos que os outros empréstimos.
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Andre Sandri, educador financeiro e sócio da AVG Capital, explica que o 13º pode ser excelente para se preparar para as contas de janeiro, como o IPVA, o IPTU e gastos escolares. “São gastos certos e, se você se planejar, não vão pegá-lo de surpresa. Reservar parte do 13º para essas despesas trará uma paz de espírito inestimável no começo do ano. Já no final do ano, estabeleça um valor máximo para gastos festivos e presentes, evitando assim surpresas desagradáveis no cartão de crédito”, ressalta.
Para quem não tem dívida, a orientação é investir o valor em curto, médio e longo prazo, afirma Cleide Rodrigues, analista em investimentos da casa de análises MW Research.
"Para os investimentos de curto prazo, recomendo aplicar o valor do 13° e outras bonificações em duas alternativas de investimento, como CDB DI com liquidez que remunere no mínimo 100% do CDI de grandes bancos ou Tesouro Selic. Essa é uma alternativa prática, rápida e inteligente para quem gostaria de destinar esse valor para viagens, compra de material escolar dos filhos no início do ano ou até para quem quiser guardar o salário extra. A ideia do curto prazo é rentabilizar o seu dinheiro sem comprometer totalmente seus ganhos, mas oferecendo a possibilidade de resgate a qualquer momento”, explica a analista certificada.
As carteiras de renda fixa também entram nas indicações para médio prazo, segundo Cleide. "Para quem optar por investir a médio prazo, as carteiras de renda fixa também são as mais indicadas; contudo, nesse caso, o investidor poderá abrir mão de um pouco de liquidez em busca de retornos melhores, desde que os vencimentos dos investimentos estejam alinhados com os objetivos", explica a analista da casa de análises MW Research.
Por outro lado, caso o 13º salário não seja primordial para a renda do investidor, ela sugere as aplicações de longo prazo, planejando colher os frutos desse investimento após cinco anos ou até mesmo já visando à aposentadoria. "Uma ótima alternativa para quem está pensando a longo prazo são as ações e os investimentos de fundos imobiliários [FII], porque é uma oportunidade de conquistar a liberdade financeira", ressalta.
Para quem não tem nenhuma reserva financeira, essa é a melhor estratégia para usar o valor do abono natalino. "O que eu costumo chamar de ‘colchão de segurança’, sugiro que a quantia do 13° e outras gratificações de fim de ano sejam utilizadas para dar o pontapé inicial nessa direção. Agora, se a pessoa já conta com um valor destinado para emergências, minha sugestão é reservar boa parte desse valor para os investimentos, estratégia para multiplicar o saldo, seja a curto, médio ou longo prazo”, explica o especialista em finanças pessoais Renan Diego.
Passo a passo para utilizar o 13º salário
• Quitação de dívidas
Considere utilizar parte do 13º para quitar ou reduzir dívidas pendentes. Isso não apenas alivia o peso financeiro, mas também ajuda a evitar o acúmulo de juros.
• Reserva de emergência
Se ainda não tiver um valor aplicado para emergência, destinar uma parte do 13º para criar essa reserva é uma escolha inteligente. Essa reserva proporciona segurança financeira em situações imprevistas.
• Investimentos
Explore opções de investimento para fazer seu dinheiro trabalhar para você.
• Educação financeira
Considere investir em educação financeira. Livros, cursos ou consultorias podem ajudar a aprimorar seus conhecimentos e habilidades financeiras, resultando em escolhas mais conscientes.
• Planejamento
Avalie a possibilidade de destinar uma parte do 13º para planos de longo prazo, como aposentadoria, previdência privada ou aquisição de bens duráveis.
• Despesas antecipadas
Antecipar o pagamento de contas, como impostos ou mensalidades, pode gerar economias a longo prazo, evitando multas e juros.
• Bens duráveis
Caso esteja considerando a compra de bens duráveis, como eletrodomésticos, eletrônicos ou móveis, o 13º pode ser uma fonte adicional de recursos.
• Lazer e bem-estar
Reserve uma parte do 13º para momentos de lazer e bem-estar. Isso inclui férias, atividades culturais ou investimentos em saúde física e mental.
Fonte: MAG Seguros