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Procuradoria transfere para parlamento processo contra Varoufakis por traição

Economia|Do R7

Atenas, 28 jul (EFE).- A procuradoria do Supremo Tribunal transferiu nesta terça-feira ao parlamento grego um processo contra o ex-ministro de Finanças, Yanis Varoufakis, por sua "atuação durante a negociação" com os credores, que poderia se enquadrar em crime de "alta traição". A câmara deverá avaliar agora se seus atos estiveram dentro dos limites do cargo de ministro de Finanças ou se há motivos suficientes para iniciar uma investigação contra o deputado, o que suspenderia sua imunidade parlamentar. A ação foi apresentada por um advogado e prefeito de uma pequena cidade litorânea, que por sua vez é o líder de um partido sem representação parlamentar, antes de serem publicadas as últimas revelações sobre um suposto plano B idealizado pelo ex-ministro. Ele acusa Varoufakis de ter cometido o crime de alta traição por ter violado durante todas as negociações o mandato do povo após as eleições, que era negociar com os credores um acordo para tirar o país da recessão. Enquanto o parlamento delibera sobre este primeiro processo, um grupo de cinco advogados prepara uma segunda folha de acusações, já relacionada diretamente com as recentes revelações, que poderiam constituir o crime de revelação de dados pessoais. Este processo faz referência à conversa de Varoufakis com membros de vários fundos de risco que foi divulgada neste fim de semana pelo jornal conservador grego "Kathimerini", na qual o ministro teria garantido ter um plano B. O plano consistiria, segundo Varoufakis, em se apropriar dos números de identificação fiscal dos contribuintes e empresas pirateando a Secretaria-Geral de Receita para criar um sistema de contas paralelo ao de pagamento que possibilitasse efetuar transações digitais dos cidadãos. Tudo começou com uma intervenção do coordenador da conferência, o ex-ministro das Finanças britânico Norman Lamont, que o acusou de não ter preparado uma alternativa durante as negociações com os sócios europeus. Foi então que o deputado do partido esquerdista Syriza, sempre segundo o jornal conservador, começou a concretizar o projeto, e embora tenha garantido que o negaria se fosse divulgado, soltou diversas afirmações, uma mais surpreendente do que a outra, como que a Secretaria-Geral de Receita está plenamente sob controle da troika. Varoufakis detalhou que formou um grupo de cinco pessoas que contava com o catedrático de Economia americana James Galbraith e um amigo de infância, especialista em informática e professor da Universidade de Colúmbia, acrescentou o jornal. O secretário-geral de sistemas informáticos do Ministério das Finanças, que foi apontado por vários meios como o amigo de infância de Varoufakis no relato, desmentiu hoje categoricamente tudo o que foi publicado e detalhou que o organismo criou uma série de protocolos que justamente protegem os dados pessoais e tornam impossível uma intervenção deste tipo. Em seu blog pessoal, Varoufakis argumentou que seu objetivo não era preparar "planos de contingência" que garaantissem a liquidez do sistema bancário caso o Banco Central Europeu não a fornecesse, o que finalmente ocorreu e conduziu à imposição do controle de capitais. Vários deputados de Nova Democracia pediram hoje o comparecimento imediato de Varoufakis na comissão parlamentar que investiga os resgates da Grécia, onde ele é acusado de "obstruir as negociações" com os credores. EFE gdj/cd

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