Quais são as vantagens e desvantagens do consignado?
Linha tem taxa média de 1,4% ao mês, enquanto que no empréstimo pessoal é de 6,18%. Especialistas recomendam cautela para não comprometer salário
Economia|Márcia Rodrigues, do R7
Ninguém está livre imprevistos, ainda mais em momentos de crise como a gerada pela pandemia do novo coronavírus, e se endividar.
Mas você sabia que é possível renegociar dívidas ou trocar empréstimos por uma opção com taxas mais vantajosas?
O consignado é a linha de crédito mais indicada por especialistas para esta substituição, justamente por oferecer a menor taxa e o maior prazo para pagar.
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Levantamento feito pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças) apontou que a linha oferece uma taxa média de 1,4% ao mês e de 18,9% ao ano.
Enquanto isso, o juro médio do empréstimo pessoal é de 6,18% ao mês e de 44,92% ao ano, ou seja, uma diferença de 341% na taxa mensal, e de 138% na taxa anual.
Miguel José de Oliveira, diretor executivo da Anefac, diz que o crédito consignado tem a menor taxa do país por apresentar poucos riscos na operação já que o valor é descontado automaticamente do salário da pessoa.
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Além disso, dá o prazo de até 60 meses para pagar. Entretanto, Oliveira aponta um problema dessa linha de crédito.
“É um empréstimo que você não consegue parar de pagar%2C se estiver passando por algum imprevisto financeiro. Em outras linhas%2C se a situação aperta%2C você para de pagar e o único risco é sujar o nome.”
Por ser uma dívida de longo prazo, Oliveira diz que é preciso reprogramar o orçamento mensal e avaliar se o valor não fará falta por um longo período.
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O educador financeiro Ivan Sanches também vê vantagens no crédito consignado e concorda com Oliveira sobre os cuidados para não comprometer a renda.
“Tem de diminuir as despesas%2C não tem jeito. Por isso é importante não comprometer uma parte significativa do salário. Talvez a melhor opção seja alongar o prazo para a parcela ser menor.”
A pedido do R7 Economize, a planejadora financeira Rejane Tamoto elaborou algumas dicas para você adequar o orçamento e não cair no endividamento.
“Antes de pedir crédito consignado%2C é importante saber se as prestações caberão no bolso%2C pois o maior risco é comprometer o salário por vários meses.”
Confira 6 dicas da planejadora financeira
1) Monte um fluxo de caixa, ou seja, anote em planilha ou mesmo no papel todos os recebimentos, já descontado de impostos, e todas as despesas;
2) Ao anotar as despesas, procure categorizá-las dentro de cada um dos grupos:
• Alimentação;
• Comunicação;
• Despesas pessoais.
• Educação;
• Lazer;
• Moradia;
• Saúde; e
• Transporte.
3) Faça uma análise e escolha quais dessas despesas poderá renegociar ou trocar por outra de menor valor.
É o caso de planos de internet, telefone e TV, que podem ser trocados por meio de portabilidade.
Avalie a possibilidade de reduzir contas de energia ao aderir à tarifa branca.
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Investigue se há desperdícios nas despesas de alimentação e elimine-as. Renegocie aluguel e dívidas.
Nesse ponto, Sanches acrescenta como opção para o caso de Tv a cabo, mudar para um plano mais básico ou até cancelar e assinar o serviço de streaming. Há opções a partir de R$ 9,99, segundo ele;
4) Se paga prestações de financiamento imobiliário, avalie a possibilidade de pausar os pagamentos, o que pode garantir um fôlego no primeiro momento.
Mas atenção: antes verifique as condições do banco para saber quanto pagará em juros por essa pausa.
Se essa opção não compensar, avalie o uso do FGTS para amortizar a dívida e diminuir a parcela ou mesmo a portabilidade de crédito imobiliário para outro banco.
5) É também o momento de olhar para o que você não usa e vender, convertendo objetos esquecidos em dinheiro.
Faça uma previsão das receitas e dos gastos futuros e assim terá um orçamento.
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6) Depois disso, é provável que o valor que você pensou em pedir emprestado diminua. Ao utilizar linhas de crédito, comprometerá o seu orçamento futuro.
Então faça uma simulação das parcelas na planilha e avalie se há o risco de não conseguir pagar as parcelas no futuro, caso sua renda não volte a subir.