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Regras fiscais sólidas podem segurar a inflação e permitir queda dos juros, afirma BC

Em meio a embate com o governo, ata do Copom afirma que apresentação do novo 'arcabouço fiscal' tem potencial de interferir na alta dos preços

Economia|Do R7

Expectativa de inflação foi tema 'bastante debatido', afirma Copom
Expectativa de inflação foi tema 'bastante debatido', afirma Copom Expectativa de inflação foi tema 'bastante debatido', afirma Copom

Em meio ao cabo de guerra com o governo, o BC (Banco Central) afirma, na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) desta terça-feira (28), que as regras fiscais a serem apresentadas pela equipe econômica têm potencial de enfraquecer a inflação e, consequentemente, resultar na desejada queda da taxa básica de juros.

"O Comitê diz que a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno por meio de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as perspectivas de inflação, a incerteza na economia e o prêmio de risco associado aos ativos domésticos", destaca a ata.

Ontem (27), no entanto, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que ainda não há uma data definida para a apresentação das novas regras do "arcabouço fiscal" pelo governo.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o novo marco fiscal seria apresentado em abril, após retornar da China. Com o adiamento da viagem, a expectativa é de que o anúncio seja antecipado, ou poderá tornar o embate mais uma vez ineficiente, sem capacidade de interferir na próxima reunião do Copom, marcada para o dia 3 de maio.

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A avaliação pode servir de recado para membros do governo, que criticam amplamente a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. Na ata, no entanto, o BC afirma que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e garante que "não hesitará" em voltar a subir os juros, caso o processo de queda dos preços não transcorra como esperado.

"O Comitê se manterá vigilante, para avaliar se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação", ressalta o documento

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Ao citar os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, o Copom menciona a existencia da incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública. A questão foi "bastante debatida" nas reuniões da última semana, segundo a ata.

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A ata mostra o BC focado na missão de trazer a inflação de volta para o centro da meta e impedir o terceiro estouro consecutivo do limite preestabelecido pelo governo. Para isso, a taxa de juros funciona como a principal ferramenta de política monetária para conter os preços. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.

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Por outro lado, o clamor do governo pela redução da taxa Selic considera que os juros mais altos inibem o crescimento da economia. O efeito é a justificativa do governo contra a manutenção da taxa básica no patamar atual. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a decisão como "preocupante".

Em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, a taxa básica de juros já afeta a atividade econômica do Brasil. No último trimestre do ano passado, a economia nacional encolheu 0,2%. Entre as montadoras, a queda no volume de vendas resultou na concessão de férias para milhares de trabalhadores.

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