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Educação

50 milhões de estudantes não completaram ensino básico, diz IBGE

Pnad Contínua divulgada nesta quarta-feira (15) aponta que abandono escolar continua alto, principalmente entre a população acima de 15 anos

Educação|Karla Dunder, do R7

Brasileiros param de estudar para trabalhar e por não ter renda suficiente
Brasileiros param de estudar para trabalhar e por não ter renda suficiente

O Brasil tem 50 milhões de jovens entre 14 e 29 anos que não conseguiram completar o ensino básico, como mostra a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua de 2019, divulgada nesta quarta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O ciclo básico de aprendizagem termina quando o estudante se forma no ensino médio.

Os números da pesquisa colocam em evidência as desigualdades entre gênero, entre as regiões do país e renda. 

A Pnad aponta que 20,2% dos jovens não completaram o ensino médio, seja por terem abandonado a escola antes de concluir esta etapa ou mesmo por nunca ter frequentado, 10,1 milhões estão nessa situação — 58,3% homens e 41,7% mulheres. A maioria, 71,7%, é composta por pretos ou pardos e 27,3% são brancos.

Ainda com relação a grupo de jovens, 23,8 milhões de pessoas de 15 a 29 anos com nível de instrução até o superior incompleto não frequentavam escola, curso de educação profissional ou pré-vestibular. A maioria, 53% eram homens e 65,7% de cor preta ou parda.


Ainda entre os jovens brasileiros, 55,6% dos homens param de estudar porque precisam trabalhar. Entre as mulheres, 38,7% diz que precisa realizar tarefas domésticas e cuidar de outras pessoas.

Analfabetismo


O número de pessoas que não sabem ler ou escrever era de 11 milhões de pessoas com 15 anos ou mais, 6,6% da população. Dessas pessoas, 56,2% (6,2 milhões de pessoas) viviam na região Nordeste e 21,7% (2,4 milhões de pessoas) na região Sudeste. Vale destacar que no Brasil o analfabetismo está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de pessoas que não sabem ler ou escrever.

Se comparado aos números de 2018, praticamente não houve mudança: houve uma redução de 0,2 pontos percentuais, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 200 mil analfabetos em 2019.


Matrículas

Em 2019, o Brasil tinha 99,7% das crianças entre 6 e 14 anos matriculados em escolas, praticamente atingindo a universalização no ensino fundamental.

Entre os bebês, de 0 a 3 anos, a taxa de escolarização foi de 35,6%, o equivalente a 3,6 milhões de estudantes. Comparado a 2018, a taxa de escolarização aumentou 1,4 ponto percentual e, se comparado a 2016, o crescimento foi ainda maior — 5,2 pontos percentuais. Entre as crianças de 4 a 5 anos, a taxa foi de 92,9% em 2019, frente aos 92,4% em 2018, totalizando pouco mais de 5 milhões de crianças. 

No Brasil, a proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória – ou seja, concluíram, no mínimo, o ensino médio – manteve uma trajetória de crescimento e alcançou 48,8% em 2019.

O número de pessoas com o ensino superior completo passou de 16,5% em

2018 para 17,4% em 2019, mas ainda assim a taxa de evasão continua alta e não deve bater a meta de 33% de matrículas no ensino superior, como determina o PNE (Plano Nacional de Educação).

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