Alunos brasileiros se destacam em torneio internacional de robótica
Estudantes desenvolvem novas habilidades e superam desafios em grupo por meio dos campeonatos de tecnologia
Educação|Alex Gonçalves, do R7*
Estudantes brasileiros se destacaram na última temporada 2020/2021 dos torneios internacionais de robótica. Jovens contam sobre a experiência de trabalhar em equipe e sobre suas conquistas.
Igor dos Anjos da Silva Santos, 17 anos, teve o desafio de engajar e garantir a união dos estudantes sem as aulas presenciais durante a pandemia. Ex-aluno do Sesi (Serviço Social da Indústria) em Candeias (BA), Igor foi técnico destaque na competição regional da Bahia do FLL (First Lego League) neste ano, à frente da Black Gold, equipe de garagem formada por seis integrantes, em sua maioria, colegas da Escola Estadual Ouro Negro.
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O jovem de escola pública dedicou os últimos seis anos aos torneios. Igor iniciou como anjo, foi competidor e agora é técnico da equipe. Para ele, há uma necessidade de inclusão do aprendizado em robótica nas escolas públicas do município para democratizar o conhecimento. "É preciso ter resiliência para que possamos incentivar a nossa juventude a ter novas chances para um futuro. A robótica edificou a minha vida e tem transformado os meus caminhos para melhor", informa o jovem técnico da equipe Black Gold.
Firjan e Sesi promovem torneio de robótica em formato virtual
O Sesi é o representante no Brasil que promove torneios de robótica como a FLL (First Lego League) e o FTC (First Tech Challenge). A instituição apadrinhou a equipe Black Gold, doando a mesa da arena e o tapete das missões, além de maletas Lego. O grupo também conseguiu apoio da Secretaria Estadual de Educação, que concedeu notebooks para os alunos. Já a prefeitura disponibilizou a biblioteca municipal para a gravação dos vídeos submetidos à organização do torneio. Todo o esforço valeu a pena e a equipe ficou em segundo lugar no regional, classificando-se para a competição nacional.
Ricardo Akio Iamamoto é técnico da equipe Sanja Storm da E.E Prof. Alceu Maynard Araújo, em São José dos Campos (SP). Akio explica que a equipe foi a primeira do estado de São Paulo a participar na categoria FTC. A pandemia de covid-19 trouxe dificuldades para os encontros da equipe, formada por sete integrantes.
“O treinamento para fazer o robô, a elaboração do projeto, foi tudo virtual. Apenas para montá-lo que nos encontramos", conta o técnico. "Por ser a nossa estreia, tivemos que aprender as novas regras, correr atrás dos componentes, fabricar chassi”, explica. Os alunos projetaram e fabricaram o robô com apoio de patrocinadores para corte da chapa e dobraduras.
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“Eu percebo que os jovens de hoje estão mais motivados e engajados na área tecnológica. Os alunos estão mais atuantes e criativos, refletindo de qual forma a tecnologia possa retornar em benefícios para a sociedade,”finaliza Ricardo.
Camila Fonseca da Silva,16 anos, é aluna do Sesi de São José dos Campos e integrante da equipe Sanja Storm, conta que “o entrosamento de todos os membros da equipe foi fundamental para que pudéssemos alcançar o nosso objetivo e ver o robô funcionando.” A estudante explica que desde o 6º ano participa de campeonatos de robótica, mas foi no ensino médio que descobriu novas modalidades como a FTC.
O Brasil da Robótica
Foi concluída recentemente a primeira etapa do Projeto-Piloto Robótica Espacial, iniciativa do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento para a Educação), em parceria com a UNB (Universidade de Brasília) e com a AEB (Agência Espacial Brasileira).
Unidades educacionais que não tinham acesso à robótica hoje comemoram avanços com o projeto-piloto que ensina robótica e programação de forma totalmente virtual. Atualmente, 11,5 mil estudantes de 250 escolas de todo o País têm acesso à educação digital, por meio de uma plataforma de auto-aprendizagem que, instalada no celular ou tablet, oferece aos alunos conhecimentos teóricos e práticos sobre robótica.
Durante as etapas do curso, os alunos passam por reforços didáticos, resumos simplificados, dicas práticas, testes e avaliação progressiva. Todo esse processo é coordenado pela escola que aderiu ao projeto, na figura de um professor que terá a liderança durante todo o processo de aprendizagem.
Paulo César possui mestrado em engenharia e é diretor da Escola Municipal José Chies em Carlos Barbosa (RS). O diretor fala sobre a importância do Projeto-Piloto Robótica Espacial. "Selecionamos um grupo com os 10 melhores estudantes do ensino fundamental que se destacaram com o melhor desempenho."
Para o professor, o projeto traz uma oportunidade única aos alunos no processo de ensino aprendizagem em um momento que o digital se faz muito presente por conta da pandemia do novo coronavírus.
A estudante Amanda Mendes do 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal José Chies, teve as expectativas superadas pelo projeto. "Foi uma experiência nova e importante que elevou a minha imaginação até a lua", diz a jovem sobre os níveis da criatividade.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder