Artes plásticas e tecnologia usadas a serviço da Educação
Projeto Óculos da Alegria atende 120 crianças de 12 anos nos bairros do Bom Retiro e Pirituba para desenvolver ideias em forma de maquetes
Educação|Karla Dunder, do R7
Crianças de 12 anos dos bairros de Pirituba e do Bom Retiro, em São Paulo, participam do Óculos da Alegria — Atelier Maker, projeto que trabalha com arte e com tecnologia. De outubro para cá, 120 meninos e meninas participaram de 64 oficinas gratuitas de artes plásticas e robótica.
Os jovens aprendizes são convidados a olhar atentamente ao bairro onde vivem ou estudam. A ideia é estimular não apenas a observação, como a criatividade. “Eles são convidados a pensar sobre o local e o que eles mudariam ali”, diz o professor Mateus Jesus. “Como estão em uma idade de transição, é interessante observar como eles dão asas à criatividade e ao mesmo tempo têm um olhar atento à realidade.”
Depois de ouvir as crianças e saber quais são as ideias, a turma é convidada a colocar a mão na massa. A cultura maker surge de duas maneiras: nas oficinas de artes plásticas com aulas de modelagem e de marcenaria e nas aulas de tecnologia com uso de placas de arduino, robótica e uma impressora 3D.
“O objetivo é que eles trabalhem em grupo para produzir uma maquete, que ficará em exposição nos centros culturais Casa do Povo (Bom Retiro) e no Mirante Cultural (Pirituba), onde as oficinas são realizadas”, explica Guilherme Mello, o produtor executivo da produtora 3 Apitos, responsável pelo projeto.
Nas oficinas, as crianças aprendem a trabalhar em grupo e todas as habilidades são aproveitadas. “Alguns gostam mais de artes, outros de tecnologia e tem quem prefira usar a impressora 3D, o importante é valorizar as ações de cada criança”, afirma Mello.
As oficinas são organizadas com base em quatro pilares fundamentais. O primeiro é “Aprender a conhecer” — os participantes entendem a proposta e seus desafios para criar junto. O segundo ponto é “Aprender a fazer”, que tem o objetivo de desenvolver, mostrar a coragem de executar, de correr riscos, de errar na busca de acertar.
Um terceiro ponto envolve o “Aprender a conviver”, já que todas as oficinas estimulam a troca e a convivência. Por fim, “Aprender a ser”, em que as crianças devem multiplicar aquilo que aprenderam.
O projeto foi inscrito no ProAC (Programa de Ação Cultural) do governo do Estado de São Paulo e os recursos vieram da iniciativa privada.