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Educação

Com paralisia cerebral jovem conta como chegou até a pós-graduação

No dia do estudante, Gabriel Ábalos fala como conseguiu superar as dificuldades para seguir e concluir os seus estudos

Educação|Alex Gonçalves, do R7*

Gabriel Brigagão Ábalos, 36 anos
Gabriel Brigagão Ábalos, 36 anos

A paralisia cerebral não limitou os sonhos de Gabriel Brigagão Ábalos morador de Carapicuíba na Grande São Paulo. No dia do estudante, celebrado nesta quarta-feira (11), o jovem conta como a educação tem transformado a sua vida.

Aos 36 anos de idade, Gabriel é formado em Jornalismo pela FIAM-FAAM Centro Universitário e pós-graduado em sociologia pela Faculdade Estácio, concluído em junho deste ano.

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A falta de oxigênio no parto (anoxia), trouxe limitações na coordenação motora, o que prejudica o equilíbrio e faça com que Gabriel necessite do uso de cadeira de rodas. As funções cognitivas não foram afetadas e Gabriel canalizou sua atenção para os estudos.

O período acadêmico foi de muita dedicação. "As minhas aulas na faculdade eram de manhã, das 7h às 11h, quando eu voltava para casa continuava os estudos por meio de uma rotina já pré-estabelecida para dar conta de tudo", explica.


A paralisia cerebral também não barrou as atividades de Gabriel. Ele lembra que durante dois anos foi contador de histórias para crianças de baixa renda em uma escola. "Além de ser uma atividade que eu gosto, também pude atingir a carga de horas complementares do curso de jornalismo."

Para a mãe, Cristina Brigagão Ábalos, 68 anos, "ser mãe do Gabriel é um aprendizado enorme e uma alegria muito grande, ele é um filho amoroso, carisma e sentimentos nobres — um exemplo para toda a família".


Professora há mais de 40 anos, a mãe lembra da luta no processo de inclusão social e a dificuldade do filho em se inserir no mercado de trabalho. "São frustrações porque sabemos que não existe de forma efetiva a inclusão em muitos lugares. As pessoas vêm o por fora, mas na alma do Gabriel não tem deficiência", desabafa.

Gabriel conseguiu alguns trabalhos temporários como edição e escrita de textos na internet. "Eu sinto que minha deficiência é um obstáculo para conquistar um emprego fixo”, explica Gabriel. “Muitas empresas oferecem vagas para deficientes, porém quando se trata de cadeirante é muito mais difícil aceitar alguém com dificuldade de locomoção".


Recentemente, Gabriel concluiu o curso intensivo de marketing digital na modalidade EAD (Ensino a Distância) devido a pandemia de covid-19. O jovem conta que o estudo online é um caminho solitário. "Você estuda sozinho, mas se tem um objetivo, força de vontade e disciplina é um bom caminho", avalia. “A adaptação ao estudo online é fácil, mesmo com dificuldade eu consegui realizar as anotações". Sobre o futuro, Gabriel que continuar estudando e se aprimorando na área de comunicação.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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