Conheça as meninas brasileiras que querem mudar o mundo
Premiação destaca atuação de jovens estudantes e o impacto social de seus projetos no país. Edição deste ano do Força Meninas será online
Educação|Karla Dunder, do R7
Neste mês de outubro, jovens estudantes que se destacaram por seus projetos de impacto social serão premiadas no “Mude o Mundo Como uma Menina”, promovido pela Força Meninas. A cerimônia online está marcada para o dia 29, mas todas as terças e quintas deste mês meninas de todas as idades são convidades a participar de conversas com garotas de destaque e especialistas.
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"Nossa proposta é apresentar o que essas meninas foram capazes de fazer, mesmo com o desafio da pandemia de coronavírus, e inspirar as mais novas, mostrar que temos muito potencial e força", explica a organizadora Deborah De Mari.
Neste ano, o Força Meninas traz como novidade a categoria “Desafio Juntas Somos Força”, que reconhece quem tem um projeto inovador em fase preliminar ou muita vontade de construir algo e solucionar temas como saúde de meninas e mulheres; educação e empregabilidade; meio ambiente; ciências e tecnologia e prevenção de violência contra garotas.
"A ideia é impulsionar ações de meninas que estão dando os primeiros passos em seus projetos," explica Deborah.
O desafio está aberto e as interessadas podem se inscrever pelo site do Força Meninas até a próxima terça-feira (20). Será escolhido um projeto ou uma ideia em cada temática e as vencedoras ganham um Kit da Força Meninas, com mentoria para tirar a iniciativa do papel.
Garotas em Ação
Uma comissão de juradas premiará os projetos nas seguintes categorias: Criativa, Pioneira, Visionária, Determinada e Líder. As vencedoras participam de um programa de formação sobre habilidades do futuro durante seis meses, com pacote de conferências, sessões de mentoria oferecidas pela curadoria do Força Meninas e um curso em parceria com a Silicon House, organização do Vale do Silício (EUA) que auxilia mulheres empreendedoras.
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Entre as indicadas para a categoria principal do prêmio estão Patrícia Honorato, que, em parceria com a Juliana Estradioto, idealizou uma feira de jovens cientistas totalmente on-line. Amanda Costa, que é ativista do clima, e responsável pelo Perifa Sustentável; e a bailarina Thuany Nascimento, que apoiou as famílias de mais 80 meninas da sua escola de balé durante a pandemia com entrega de cestas básicas e de higiene pessoal. Além de Luiza Villanova e o Gotinhas do Bem, que combate a prática de bullying.
Amanda participou em 2017 da Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o clima. "Fiquei maravilhada, eu estava no segundo ano da faculdade e consegui ir depois de fazer vaquinha, achei tudo muito chique", conta. A jovem moradora da Brasilândia, periferia da zona norte de São Paulo foi com o firme propósito de construir uma realidade diferente ao seu redor.
"Eu queria que as pessoas da comunidade entendessem o que está acontecendo e percebam que sim, nós temos lugar de fala e devemos ocupar esse espaço", explica Amanda.
Surgiu assim o Perifa Sustentável que tinha como objetivo ouvir as pessoas e saber o que elas entendem sobre o assunto e democratizar a agenda da ONU com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável.
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"Com a pandemia, tivemos de parar com os workshops presenciais e passamos a trabalhar de maneira virtual, mas com o mesmo objetivo, de criar políticas públicas para mudar a realidade."
Outra jovem destaque na premiação é Luiza Villanova, que de uma experiência pessoal criou um projeto Gotinhas do Bem que já extrapolou as fronteiras do Brasil e o continente.
"Eu fui vítima de bullying na infância, não entendia porque aquilo acontecia comigo e decidi escrever um livro sobre o assunto", isso quando Luiza tinha apenas 13 anos. Ao fazer suas pesquisas, se deparou com a crise migratória e as pessoas em situação de refúgio, além do racismo e apartheid.
"Percebi que o mundo tem muitos problemas, muito maiores que os meus, e decidi fazer algo: trabalhar essa questão do bullying mas lidando com as habilidades sócio-emocionais, não adianta colar cartaz na escola e dizer que é errado se não ir na causa", avalia Luiza.
Nasceu assim o Gotinhas do Bem, que começou a discutir liderança com as princesas da Disney e trabalho em equipe com os piratas com 300 crianças de uma escola na periferia de Goiânia e atualmente já atingiu 8 mil crianças e adolescentes e três continentes envolvidos.
Todo o trabalho é realizado por voluntários e as ações contam com apoio local. Com a pandemia, as atividades presenciais foram suspensas e a ferramenta escolhida para atingir as crianças e adolescentes foi o Tik Tok.
"Como muitas crianças não têm acesso à internet ou a uma conexão de qualidade, desenvolvemos kits para serem distribuídos nas comunidades."
Bate Papo:
Meninas de todo o Brasil cursando séries do Ensino Fundamental 2 ao Ensino Médio podem participar se inscrevendo no site da Força Meninas. Confira os temas dos próximos diálogos:
Diversidade e equidade: como garantir educação de qualidade e empregabilidade para meninas em vulnerabilidade? na terça (20).
O Planeta e Eu: como melhorar a nossa relação com a gente, com os outros e o meio ambiente? na quinta (22)
O Futuro é feminino: como inserir mais meninas em Tecnologia e nas Ciências? (dia 27)
Cerimônia de premiação online (dia 29)