De olho no vestibular: sete pontos para entender a guerra na Ucrânia

Professores explicam expressões e conceitos de história e de geografia que auxiliam na compreensão do conflito

Educação|Alex Gonçalves, do R7*

09/03/2022 - 02h00 (Atualizado em 04/04/2024 - 01h38)

De olho no vestibular e no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o R7 ouviu os professores Daniel Simões, que dá aula de geografia do curso pré-vestibular da Oficina do Estudante de Campinas (SP) e Fernando Caiafa, professor de História do Poliedro para explicar sete pontos para entender o conflito entre Rússia e Ucrânia.

A Rússia está liderando um enorme comboio militar em direção a Kiev nesta terça-feira (1º), levando as autoridades ucranianas a temer uma estratégia para cercar e invadir a capital e outras grandes cidades do país, que enfrenta seu sexto dia de invasão. Imagens de satélite da empresa americana Maxar capturaram uma coluna de mais de 60 quilômetros de veículos e artilharia a cerca de 25 quilômetros a noroeste da capital, objetivo principal dessa ofensiva que provocou uma onda de sanções contra Moscou

1. O espião inglês - O filme é baseado em uma história real de um empresário britânico, Greville Wynne, que ajudou a CIA (Serviço de Inteligência dos Estados Unidos) a penetrar no programa nuclear soviético durante a Guerra Fría. Wynne e sua fonte russa, Oleg Penkovsky, forneceram informações para ajudar a colocar um fim na Crise dos Mísseis de Cuba

2. Chernobyl: o filme - A trama mostra as consequências da explosão na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, quando centenas de pessoas morreram no local da catástrofe. O longa conta a história de Alexey Karpushin, um bombeiro que trabalhou como um dos liquidadores no desastre nuclear

3. A morte de Stalin - Após a morte de Josef Stalin, em 1953, o alto escalão do comitê do partido comunista precisa decidir decidir quem será o sucessor do líder soviético. O filme é baseado nas histórias em quadrinhos homônima de Fabien Nury e Thierry Robin e segue a narrativa com humor sutil e críticas ao sistema político

4. A sombra de Stalin - O filme conta a história de Gareth Jones, um jornalista formado pela Universidade de Cambridge que tinha a intensão de entrevistar Stalin, o líder da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Durante uma viagem clandestina à Ucrânia no início dos anos 1930, o jovem repórter se deparou a fome e a violência imposta pelo regime

6. Ak-47 - A Arma que Mudou o Mundo - Mikhail Kalashnikov é um comandante que fica ferido por conta de uma batalha em 1941 e no período e, que está em recuperação no hospital, ele começa a projetar os esboços iniciais do que viria a ser uma das armas mais conhecidas do mundo, o rifle de assalto AK-47

7. Good Bye Lenin - tem como pano de fundo da queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha. No filme, um filho tenta esconder da mãe, uma professora engajada com a causa socialista e que acabou de voltar do coma, as mudanças ocorridas no mundo

5. Estranho passageiro (Sputinik) - A história se passa nos anos de 1980, apenas um acidente espacial, apenas um astronauta sobrevive, mas não se lembra de nada. Um filme de ficção científica que se passa durante a guerra fria

A Rússia está liderando um enorme comboio militar em direção a Kiev nesta terça-feira (1º), levando as autoridades ucranianas a temer uma estratégia para cercar e invadir a capital e outras grandes cidades do país, que enfrenta seu sexto dia de invasão. Imagens de satélite da empresa americana Maxar capturaram uma coluna de mais de 60 quilômetros de veículos e artilharia a cerca de 25 quilômetros a noroeste da capital, objetivo principal dessa ofensiva que provocou uma onda de sanções contra Moscou

1. Guerra Fria - é o período que começa após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), marcado pelo conflito ideológico entre as duas grandes potências, Estados Unidos e União Soviética. Segundo Daniel Simões, o período também é conhecido como 'equilíbrio do terror': "ao desenvolverem um potencial nuclear, os países não poderiam entrar em conflito direto sob pena de deflagrar uma guerra nuclear de grandes proporções", esclarece.

2. Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) - é uma aliança militar de assistência mútua formada no contexto da Guerra Fria. Criada em 1949 pelos Estados Unidos, tem como objetivo promover um sistema de defesa entre os países membros. "Se um deles for atacado por um país que não seja membro da Otan, todos terão que defendê-lo", explica Simões.

3. Tratado de Minsk - Acordo assinado após crises políticas na Ucrânia, que pôs fim à guerra no leste do país em 2014, quando a Crimeia foi anexada à Rússia. O Tratado estabelece uma divisão formal entre as áreas do leste (com influências russas), e a área ocidental (com influências europeias) e assim assegurar o cessar-fogo por ambos os lados em conflito.

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4. Botão Vermelho (Guerra Nuclear) - Durante a Guerra Fria instaurou-se o pânico por uma possível ameaça nuclear. Na época, líderes dos Estados Unidos ou União Soviética poderiam dar ordens para serem usadas armas nucleares. "Apertar o botão vermelho seria a autorização de uso desse material altamente destrutivo". Segundo Fernando Caiafa, o assunto volta a ser discutido pela possibilidade do presidente da Rússia, Vladimir Putin, usar as armas nucleares, caso ele não consiga o que pretende nesta guerra com a Ucrânia.

5. KGB (Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti) - Antigo serviço de inteligência soviético, conhecido como Comitê de Segurança do Estado. Simões explica que a atividade envolvia processos de espionagens com equipamentos e infiltração de pessoas.Putin, atual presidente russo, atuou como agente da KGB.

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6- Superpotências - Termo utilizado para representar a União Soviética, do lado socialista, e os Estados Unidos, capitalista — países com ideologias distintas e que passaram a exercer forte influência na política global.

7. Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) - É um sistema de colaboração bancária internacional criado nos anos 70. Segundo Caiafa, atualmente fazem parte do sistema cerca de 11 mil instituições bancárias no mundo inteiro. "É um meio de realizar transações internacionais de forma prática e rápida", explica. "Toda a compra realizada entre países é feita pelo sistema bancário que se comunica dentro da plataforma do Swift."

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Para o professor Caiafa, excluir a Rússia deste sistema é tornar as importações e exportações russas demoradas. "Vale destacar que não será algo impossível, já que a Rússia desde 2014 já desenvolve a sua própria plataforma para transações bancárias. A exclusão caracteriza uma dificuldade adicional para a economia do país russo", avalia.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder